não é fiscalização, é uma espécie de "bullying" legal


Para começar, recomendaria a leitura deste meu texto anterior:
Pelo acesso a aconselhamento legal, a custos reduzidos, via autarquia (click para aceder )
Desde essa altura:
  • o aconselhamento legal continua a ser "caro" (não apenas no Seixal mas em todo o país);
  • a Câmara Municipal do Seixal (CMS) continua sem qualquer protocolo realizado, ou –que eu tenha conhecimento-  tendo realizado qualquer acção para a realização de um protocolo para providenciar aos seixalenses apoio legal a custos controlados;

Agora voltando ao tema deste post:
A CMS, como qualquer Câmara tem um departamento de fiscalização que aplica multas quando os comportamentos assinalados ás pessoas não são os mais adequados. Convenhamos que do ponto de vista da gestão, ter um departamento de fiscalização funcional faz todo o sentido, é normal que as pessoas errem, e é normal que em sociedade se tente corrigir comportamentos seja premiando boas atitudes, seja penalizando (e concretamente multando) maus comportamentos. Do ponto de vista de se ser munícipe, e como as pessoas não são perfeitas, errar faz parte, e ser multado para corrigir o comportamento também faz parte – sem dramas, e sem ostracizar ninguém, até porque a ideia “da coisa” é que se encerre o problema e se corrija o comportamento dali para a frente.

O problema aqui é se se aplicam multas sem critério, com critérios duvidosos, e/ou sem base de prova que sustentem as referidas multas, e que seriam aceites, por exemplo, num tribunal (afinal de contas, não apresentamos Portugal como um estado Judicial?). Acontece que no Seixal temos aplicação de multas que se baseiam no facto de ter sido achada correspondência com determinada identificação de alguém no chão e não no lixo…
Ora, desde logo faz sentido enunciar o mais óbvio: então desde casos de pessoas de menores recursos económicos que percorrem caixotes do lixo, até ás mais diferentes variantes de possibilidades é suposto isso ser prova? 

Quando são alvo de uma acção pelo departamento de fiscalização, os seixalenses podem em primeira instancia contestar junto dos serviços, e em última instância recorrer a tribunal. Contudo a informação que nos chega é que há pessoas que contestam nos serviços camarários, e só conseguem fazer valer os seus direitos em tribunal; ganhando porque claramente não há prova por parte da CMS (efectivamente não me parece grande prova ter um papel no chão com o nosso nome escrito), o problema é que, ao contrário da CMS que terá a sua “máquina” montada para agir em tribunal, a maioria das pessoas não tem essa “máquina”, ora entre os custos de contratar alguém para o aconselhamento inicial em tribunal; acrescidos da chatice, dores de cabeça e incómodo de ter temas pendentes em tribunal… em última instância, faz sentido perguntar: vale a pena recorrer a tribunal ou mais vale pagar a multa sem reclamar?

Agora, vamos recorrer aqui ao mero bom censo… então não é de assegurar que só se multa alguém quando já há uma boa hipótese de prova em tribunal? E já agora, e desde já apontando soluções porque acredito que há tarefas complicadas, não seria esta mais uma boa aplicação da videovigilância e da prova obtida dessa forma?

A verdade é que o que a CMS está a fazer não é fiscalização, é uma espécie de "bullying" legal.


Largo da Rosinha

Ordenar e fiscalizar a ocupação do espaço público, bem como assegurar e intervir em situações de potencial perigo para a população é uma das responsabilidades do poder autárquico.
Aliás no que respeita à possibilidade de intervir em propriedades privadas, a lei permite mesmo ás Câmaras Municipais e portanto também á nossa Câmara Municipal do Seixal (CMS) intervir em locais privados em situações de perigo para o espaço e pessoas na envolvente.

E porque refiro isto hoje?
Em Amora, existe um imóvel mesmo junto à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Rosinha (e do pólo de biblioteca de Amora, que ali se situa) que está já com visíveis sinais de degradação (nomeadamente com parte do telhado já caído). Além disso e no que parece ser uma tentativa de criar um espaço de segurança ao redor do edifício alguém colocou umas estruturas de betão ocupando parte da via pública nas imediações do edifício; e ainda a interromper o acesso a uma escada quase em frente à entrada da USF e que permite descer para o nível abaixo onde está o Espaço Associativo de Amora, e onde estão as estruturas onde se guardam os kayaks do Clube de Canoagem de Amora.

Seria uma situação provisória? Bem… O que assistimos é ao eternizar da situação – algo que qualquer pessoa que viva perto ou frequente a zona facilmente pode confirmar.

Ora, neste caso, não é difícil nem de perceber nem de definir o que se deve fazer:
  • se existe perigo a CMS podia e devia intervir para que o imóvel fosse demolido ou arranjado;
  • se não existe perigo, deveria ser libertado  o espaço que está limitado pelas estruturas de betão, bem como as escadas existentes no local e a que não se pode aceder por estarem vedadas por estruturas do mesmo tipo;

Então… esta demora…?


Daí, e no sentido que acabo de referir, apresentei pela bancada do PS na Assembleia Municipal do Seixal uma moção a recomendar ao executivo da CMS que garantisse ali uma intervenção. Poderá consultar a referida moção nas páginas 1 e 2 do documento seguinte, e ainda, na página 3 poderá ver o documento com fotos que entreguei ás diferentes bancadas na referida Sessão da Assembleia, aquando da discussão da moção. 
 
É até de referir que a moção foi aprovada com:
 - Votos a favor: PS, PSD, PAN, CDS e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro;
 - Votos contra: CDU;
 - Abstenção: BE; 

Contudo a CMS continua sem agir.
Ficamos a aguardar ou pela intervenção no imóvel, ou pelo libertar do espaço na via pública, ou até ambos; certo é, esta inação nada abona em favor do executivo da CMS...

E é mais que obrigação?


É habitual no Seixal haver uma certa tendência de alguns eleitos do PCP/CDU em comparar o investimento feito pelo Estado Central e o investimento feito pela Câmara Municipal, numa espécie de comparação de “o que investimos nós vs o que investiram eles” (sugiro como exemplo este post no Facebook do Presidente da Câmara Municipal do Seixal a que consegue aceder clickando aqui, sendo que o discurso é recorrente e regra geral mais abrangente).
Ora a lógica simples da matemática permite-nos sempre comparar números (embora o sr. Presidente ali se tenha "esquecido" de dizer que estava a considerar o valor do terreno pelo meio da participação da Câmara), mas é discutível se estamos a comparar coisas que deveriam ser equivalentes ou comparáveis – é que falamos de duas entidades com competências distintas e complementares, que supostamente se articulam. Ora este será o primeiro de um conjunto de vícios de que este raciocínio enferma; mas talvez valha a pena meditar um pouco sobre isso.

Desde logo é de lembrar de onde vem o dinheiro dos Orçamentos (seja do Estado Central, seja da Câmara Municipal), é que o dinheiro não vem do bolso dos políticos nem dos partidos; vem por via das inúmeras variantes de taxas, (eventuais) vendas de património, impostos e serviços prestados por cada uma das entidades. Ou seja, quer ao nível de qualquer Câmara, quer ao nível do Estado Central “gastar dinheiro” seja para construir, manter algo ou prestar algum serviço não é mais que reutilizar as verbas (que já entraram ou vão entrar no seus cofres) obtidas dos bolsos das pessoas que visitam ou vivem seja no País ou no Concelho.

Pagamos IMI (entre outros), mas pagamos igualmente IVA (entre outros). 
Beneficiamos de serviços de segurança, cuidados de saúde e etc, mas beneficiamos igualmente do abastecimento de água e de outros serviços. 
Mas em ambos os casos o dinheiro vem dos nossos bolsos através dos referidos impostos, taxas e etc...

Adicionalmente temos que (em ambos os casos) os partidos ou políticos não são “donos” nem do Estado Central nem da Câmara Municipal do Seixal, o “poder” é exercido por mandatos, findo uns há novos, e assim sucessivamente; pode ser pelas mesmas pessoas, ou outras; com isto herda-se o que é de bom e o que é de mau; passa o património como passam as dívidas.

Agora, há coisas em que vale a pena pensar:
  • Entendo que avaliando gestões devemos olhar não apenas ao que se faz, mas ao que se faz com o que se tem. Sendo que há comparações mais fáceis ou difíceis, podemos comparar os resultados de entre opções de gestão. Ora… Vamos pegar no exemplo que linkei, focando o caso do novo quartel dos Bombeiros em Amora. Há ali uma verba substancial que corresponde a fundos europeus; permitam-me que chame à atenção para o óbvio: os fundos europeus vêm do projecto europeu, que o PCP/CDU sempre hostilizou e sempre ambicionou que Portugal deixasse... então e sem projecto europeu, essas verbas viriam de onde?
  • Ainda de números, e do que é óbvio, temos que com o governo do PS, recentemente Portugal tem conseguido deficits anuais baixos, naquilo que a maioria dos jornalistas, comentadores e etc., classificam de “bons resultados”; ainda assim há quem se queixe de os impostos serem elevados. Por seu lado, a Câmara Municipal do Seixal tem tido superavits anuais de muitos milhões, e digo “muitos” enquadrando com a realidade daquilo que é a dimensão do orçamento anual. Novamente permito-me chamar à atenção para o óbvio: o que diriam os portugueses se o governo não lhes baixasse os impostos, e tivesse continuadamente o mesmo tipo de grandeza de superavit que tem a Câmara? (já disse de onde vem o dinheiro?)


Desnorte (e/ou incompetência)


É visível – sendo aliás alvo de destaque frequente na imprensa -  o momento que vivemos ao nível dos preços do imobiliário no país em geral. No Seixal acontece o mesmo, sendo o pulo dos preços (quer para comprar, quer para arrendar) bastante significativo, e sentido nos bolsos daqueles que querem “arranjar casa” no nosso concelho. 

Ora, num momento destes… seria de pedir à Câmara Municipal do Seixal (CMS) que tentasse reduzir os efeitos desta subida de preços para os munícipes; contudo aquilo a que assistimos foi ao promover da participação no Salão Imobiliário de Lisboa (evento destinado a valorizar localidades e imóveis!). 
Não é engano, nem confusão; foi isto que fizeram. 
Vejamos, faz sentido promover o concelho aos olhos de algumas entidades, e concretamente para as empresas e empresários que cá possam investir e assim criar emprego; mas esse é outro tipo de evento – este caso tem a ver com imóveis e sua valorização.
Numa fase destas a CMS literalmente promove a subida do preço dos imoveis no concelho!

E consequências?
Desde logo é de lembrar que “a CMS está no mercado” para adquirir imóveis no concelho, com vista ao realojar dos habitantes de Vale Chícharos (Bairro da Jamaica) e assim demolir os prédios do bairro. Ora o Presidente da CMS já veio dizer que não vão conseguir terminar o processo este ano (veja aqui a noticia), aliás, na ultima Sessão Ordinária da Assembleia Municipal do Seixal (a 20 de Setembro) eu  próprio questionei o executivo sobre o estado deste processo, e o esclarecimento foi de que faltavam, à data, adquirir a maioria dos imóveis (faltavam mais de 80% do total) que era, desde o inicio planeado comprar nesta fase.

Mas a questão nem se limita ao realojamento dos habitantes de Vale de Chícharos. A população (felizmente) não inclui só pessoas muito pobres. Sejam os mais (ou menos) jovens que agora saem da casa dos seus pais, seja quem só agora tem disponibilidade para ter uma habitação própria; é normal que o mercado funcione, e as pessoas vão mudando de habitação durante a vida, assim há muitas pessoas que sentem esta subida de preços.

E a CMS faz, ou planeia fazer, algo para reduzir os impactos da situação?
Faz sentido referir que foi anunciado que se ia criar um plano para criar habitações a custos controlados para jovens; contudo, como também sabemos, estas promessas pelo PCP/CDU no Seixal são muitos vezes para soar bonito mas não para fazer; ou para fazer dali a muito muito tempo, e neste caso, olhando à proposta de Orçamento para 2020 feita pelo executivo (entretanto aprovada em câmara e a aguardar discussão e debate em Assembleia Municipal) estão previstos 50 mil euros... Ora, é de dizer que no mínimo será pouco (com essa verba, hoje em dia, no Seixal, para adquirir imóveis provavelmente teria de ser penas 1, e de ser um T0 ou um T1, porque mesmo os T2 no mercado costumam ser mais caros…).


“Honestidade”…?

É usual em campanha (e mesmo fora) que os partidos apostem em slogans ou simplesmente em palavras fortes que ajudam a passar uma mensagem positiva a seu respeito e/ou a sua mensagem. Contudo como há sempre a componente da estratégia de comunicação, o slogan ou as referidas palavras de ordem não são necessariamente caracterizadoras do programa eleitoral, ou do(s) candidato(s)…
E porquê me refiro a isto?
Além do que verificamos nas sucessivas eleições que vão passando, provavelmente o(a) leitor(a) já terá ouvido falar de Zita Seabra – uma dissidente do PCP com saída consumada deste partido na década de 80, e que escreveu um livro denominado “Foi Assim” em que conta algumas situações, episódios e faz algumas confidencias acerca do PCP. Ora uma dessas confidencias tem a ver com a fundação do partido “Os Verdes”  (o PEV - o outro partido da suposta coligação CDU); conta Zita Seabra que a criação deste partido foi uma iniciativa do líder comunista Álvaro Cunhal, que mandatou alguns “camaradas comunistas” com alguma sensibilidade ambiental para criarem o referido partido. Este partido visaria ocupar em Portugal um espaço político que se ia tornando significativo na Europa.

Com o tempo, e com a existência deste “partido-satélite”, logo à partida e por imposição legal, conseguiram que se fosse duplicando os habituais tempos de antena (formalmente são 2 partidos diferentes), e conseguiram que, mantendo um mínimo de 2 deputados eleitos pelo PEV (nas listas do PCP/CDU) à Assembleia da República (AR) se mantivessem os “direitos de um grupo parlamentar” mas por cada 1 dos 2 partidos (compare-se agora com os partidos que têm apenas 1 eleito na AR). Além disso, temos o tratamento pela comunicação social, a verdade é que diversas vezes ainda foram conseguindo duplicar o tempo que as televisões, jornais e outros órgãos da comunicação social atribuem aos responsáveis dos diferentes partidos, por exemplo nas criticas, reacções, ou tomadas de posição da mais diversa índole. A própria gincana política ficou mais facilitada (eu ia dizer que é o tipo de coisa que não se faz… mas fica redundante não é?).

O que acontece é que:
  • A lei permite, e pessoalmente entendo que bem, que as pessoas criem partidos; 
  • Nada obriga ou fiscaliza (e novamente penso que bem) que a actuação dos referidos partidos seja coerente, ou sequer vá minimamente ao encontro do que o seu nome, slogan ou o que os seus responsáveis anunciam;

Como estamos a falar do poder politico, e muitas vezes esta desonestidade intelectual perdura e é recorrente, considero má ideia restringir pela lei estas matérias. Ainda assim discordo frontalmente deste tipo de atitudes e acções.


Então e no final de contas, aqui o “crime” compensa?
Em última analise é aos eleitores que cabe a resposta a esta questão.
É que… É má ideia proibir, mas notamos! E aqui é evidente!
E então é ali que qualquer um de nós está à espera de encontrar honestidade?

“Dar pérolas a porcos”/ “Para quem é bacalhau basta”

Conhece a expressão:
“Dar pérolas a porcos”
e/ou a expressão
“Para quem é bacalhau basta”
  ?

Ambas são usadas usualmente em registos mais ou menos descontraídos e ambas focam o oferecer ou proporcionar algo (um bem, um serviço ou outro) com melhor ou pior qualidade do que aquilo que é adequado ou mesmo merecido a quem tal é proporcionado, ou ao momento em que é feita a referida atribuição. Em ambas as expressões há um certo tom negativo.

Após esta breve introdução passo ao objecto-alvo deste texto.

Na Amora, na Rua Sociedade Filarmónica Operária Amorense, junto  à colectividade que dá nome à rua, há um terreno sem construção que habitualmente é usado pelos diferentes munícipes para estacionar os seus veiculos automóveis, para acesso a umas garagens ali existentes, para passear os animais domésticos e ainda como passagem para a rua que existe em paralelo (a Rua D. Branca Saraiva de Carvalho). Aliás quem lê este blog facilmente recordará que já tinha falado do local, e das reivindicações da população para o mesmo.

Tantos e tantas vezes vozes se levantaram que a Câmara Municipal do Seixal acabou por agir e à algum tempo: rebaixou o passeio ao longo do terreno para facilitar o acesso por carro, colocou um piso diferenciado numa pequena faixa imediatamente junto à rua e nivelou o piso pelo restante terreno (embora apenas movendo/depositando areias, naquilo que teria sempre de ser uma solução provisória).

Hoje, dado o facto de na intervenção realizada apenas se ter colocado areia pela maior parte do terreno, o piso voltou a ter significativas irregularidades, e não é preciso ter bola de cristal para saber que este degradar do estado do piso, se não houver intervenção entretanto, só vai piorar.

Ora sendo que:
  • o terreno já é usado à muito, e por muitos, como (um mau) parque de estacionamento, sendo que o número de carros que ali costumam estar, evidencia a carência de lugares de estacionamento regulares na zona;
  • o terreno já é usado para acesso a garagens ali existentes;
  • (como é conhecido e reconhecido com espaços abandonados) o facto de o espaço não ser arranjado e mantido, leva a maior desleixo e aumenta a tendência de que se atire lixo para ali e/ou simplesmente não se recolham os dejectos deixados pelos animais ali levados a passear;

E tendo em conta que:
  • (com todo o respeito para entidades colectivas de menor dimensão) a Câmara Municipal do Seixal não é uma pequena “chafarica” – o orçamento anual finalmente aprovado em Setembro para 2019 ultrapassava o 137 milhões de euros!
  • apesar de ter passivo, a saúde financeira da Câmara Municipal do Seixal é espelhada no facto de ter vindo a apresentar sucessivos e substanciais superavit’s orçamentais nos últimos anos;
  • a  Câmara Municipal do Seixal dever ter uma postura de entidade honesta e de bem, ou seja, não deve proporcionar, apoiar ou aproveitar-se de situações de ocupação de espaços privados; e sim, se necessitando, deve tentar chegar ao entendimento e estabelecer cooperações com os proprietários, pois são também eles munícipes;
É entender do PS que o local sairia valorizado, os residentes na zona sairiam beneficiados, e os visitantes também ganhariam, se a Câmara chegasse à fala com os proprietários do terreno adquirindo-o (comprando ou mediante permuta), tratando o espaço e transformando-o num parque de estacionamento com as condições adequadas.

Nesse mesmo sentido, apresentei pela bancada do PS, na 4ªSessão Ordinária de 2019 da Assembleia Municipal do Seixal, uma moção nesse sentido e que convido o(a) leitor(a) a consultar:


A moção foi contudo chumbada com:
  - Votos a favor: PS, PSD e CDS; 
  - Votos contra: CDU e BE; 
  - Abstenção: PAN;

Ora, foi o resultado desta votação que me levou à alusão inicial... 

Sendo curto e grosso:
Será que as pessoas que residem na zona, ou a visitam, não têm direito a um parque de estacionamento em condições?
E os moradores, não têm direito a ter os espaços vizinhos arranjados e cuidados, num pequeno esforço pela valorização da zona?

40 anos do Serviço Nacional de Saúde

Há 40 anos atrás; em Setembro de 1979 era publicada a lei que criou o Serviço Nacional de Saúde.


Era então Mário Soares 1º ministro do II Governo Constitucional (António Arnaut era ministro dos Assuntos Sociais). 

Vale a pena lembrar, vale a pena continuar a lutar.

O número de deputados vs as condições a dar-lhes?


Faz sentido alterar o número de deputados à Assembleia da República como alguns (por exemplo: o actual presidente do PSD ) opinam?

Entendo que faz sentido pensar e discutir sobre a forma como somos representados pelo poder político. Porém ter uma discussão pensada é bem diferente de simplesmente dizer algo que “soa bem” a alguns para angariar simpatias – posição que não considero, de todo, aconselhável.

Assim, e porque como dizia faz sentido pensar sobre o tema, entendo que faz sentido fazer algumas perguntas que melhor enquadram, e dessa forma enriquecem a discussão, e englobaria –as em 2 âmbitos: por um lado proximidade da população ao deputado e sua forma de eleição, e por outro a valorização do cargo.

Concretizando:
Vivemos em democracia, mas os candidatos a deputados são escolhidos em lista fechada – decidida dentro dos partidos; e a vida interna partidária… bem, “c’est pas la vie en rose”... e proporciona exclusões e inclusões que pouco terão a ver com a opinião pública. O que podíamos/devíamos fazer?
A resposta a esta questão enquadra-se na perfeição naquilo que já escrevia aqui (click para aceder), resumindo: faria sentido que no momento da eleição os cidadãos escolhessem o partido (como actualmente), e de seguida o elemento desse partido que queriam que os representasse; com o voto electrónico seria facílimo implementar esta opção.

Qual o número de deputados ideal?
Creio sinceramente que será a resposta mais difícil de obter, e isto pela (presumível) desonestidade intelectual de quem possa argumentar sobre o tema. Ainda assim creio que faz sentido assentar uma discussão deste género em algo mensurável, sendo desaconselhável o “parece-me que seria melhor assim”. Ainda assim entendo que esta questão se enquadra ou deve ser analisada com a seguinte – “Estamos a dar condição aos deputados para fazer o seu trabalho?”

Estamos a dar condição aos deputados para fazer o seu trabalho?
Acredito na valorização do trabalho e intervenção de cada deputado. Acredito que para isso o mesmo deveria ter condições, e aqui refiro-me não a ordenado ou regalias, mas sim a meios – humanos e materiais, para as suas funções.

Note o leitor: um deputado deve(ria) cumulativamente:
  • ler, estudar e aprofundar com pesquisas realizadas por si toda a documentação que passa na A.R.;
  • estar actualizado sobre as diferentes matérias que saem na imprensa e são falados na opinião pública;
  • deslocar-se a pelo país para tomar conhecimento de condições “no local”;
  • estar presente em eventos, debates e conferencias;
  • receber cidadãos, ou instituições, que assim o solicitem;

Para terminar, deve(ria)
  • formular as suas próprias propostas para submeter à discussão;

Ora, isto para ser bem feito dá (horas de) trabalho.    
Objectivamente o que entendo é que faz sentido pensar se cada deputado(a) poderia/deveria ter um “mini-gabinete” (uma pequena equipa de 2/3 elementos designados por si, e a trabalhar consigo) de forma a melhor dosear a carga de trabalho com o nível que se exige. Mais do que muitos, parece-me adequado que tenham capacidade de trabalho (horas de trabalho a distribuir pela sua equipa). 

Os actuais círculos eleitorais são os mais adequados?
Apesar de se dizer habitualmente que votamos no líder do partido que queremos ver no governo, votamos é em deputados desse partido no nosso círculo eleitoral, e é da organização interna dos partidos que se decide a liderança.
Ora, se o leitor perguntar a amigos e familiares que não façam politica activa, quantos deputados pelo seu distrito consegue a pessoa indicar, qual a resposta mais comum? E, mesmo que resposta não seja zero, e  se não contar com os cabeças de lista de cada partido (que habitualmente aparecem nos cartazes)?


Não creio que esta seja uma discussão para se ter de ânimo leve.

Por melhor apoio ao munícipe, por melhor serviço público

É costume dizer na indústria cinematográfica que não há pequenos papéis.

Na política, e também na politica autárquica não há temas ou problemas demasiado pequenos, há contudo por um lado temas que se eternizam para além daquele que é o tempo e a paciência que os munícipes têm para afirmar e manter uma reivindicação, e outros que sendo de natureza operacional causam incómodos que parecem pouco significativos mas são prementes para alguns.

Uma rua em que raramente se cortam as ervas daninhas, um aspersor de rega que funciona mal, mobiliário urbano deteriorado que se eterniza nesse estado, um parque infantil a necessitar de manutenção, um vizinho (pessoa ou empresa) com um comportamento específico indevido e deve ser alvo de regulação; uma papeleira que “nunca mais é substituída” ou situações de perigo que, intervindo a tempo, poderão ser acauteladas … 

Há no dia-a-dia toda uma série de necessidades de intervenção que sendo compreensivelmente questões que vão além da definição da política de fundo que é adoptada pelo município, devem merecer a atenção (afinal são preocupação dos munícipes); e devem ser acompanhadas (com a preocupação de dar feedback ás pessoas) pelos serviços da Camara Municipal. 
Piora quando estes problemas se eternizam, as pessoas vêm o seu tempo gasto sem solução e acabam por desistir pelo cansaço.

No PS, entendemos que fazia sentido ter alguém (uma pessoa ou equipa) que na Camara pudesse ajudar os munícipes, encaminha-los, ou encaminhar por si mesmo as queixas; acompanhando os processos e responsabilizando-se em dar algum feedback pela questão levantada. Melhoraria o serviço prestado, e tornava-o mais acessível a quem cabe à camara servir – os munícipes. Por isso mesmo o PS apoia a medida de criação da figura do Provedor Municipal e nesse mesmo sentido apresentei, pela bancada do PS, na 4ª Sessão Ordinária de 2018 da Assembleia Municipal do Seixal a seguinte moção: 

Moção PS - Pela criação da figura do Provedor Municipal


Infelizmente... a moção foi rejeitada com:
- Votos a favor: PS e Sr. Pres.Junta de Fernão Ferro;
- Abstenção: PAN;
- Votos contra: CDU, PSD, BE e CDS;


Porque levantei a questão quero contudo deixar uma nota; não só não me importo como gosto de ser abordado por vizinhos e amigos que me alertam para pontos a necessitar de intervenção… Vai-se tentando, mas peço que compreendam… é que no Seixal o PS (ainda) é oposição e assim sendo temos uma capacidade de actuação limitada.


No pódio das cobranças

Foi recentemente noticia o facto de o Seixal estar no pódio dos municípios com maior Taxa de Ocupação do Subsolo (TOS). 

Esta taxa (TOS) é aplicada a empresas cujo serviço implica passar canos, fios ou outros pelo subsolo de domínio público (ruas, etc) afim de poder fornecer algum serviço. 



Um exemplo prático de aplicação? O fornecimento de gás natural.
Ora, e quais as consequências de uma TOS elevada?
Para ilustrar a forma como as empresas encaram e tratam esta taxa vou recorrer ao site da GALP:


E para além do que diz a GALP ou qualquer outra empresa… convenhamos que efectivamente a TOS enquadra-se no tipo de custo que uma empresa tem para fazer chegar um bem ao cliente (no exemplo focado gás), logo o espectável é mesmo que esse custo se acabasse sempre por reflectir no preço ao consumidor.

Agora vejamos... Numa Camara - como é o caso da C. M. Seixal - em que nos últimos anos se tem vindo a apresentar superavits orçamentais de elevada monta (falo de vários milhões)… não valeria a pena re-equacionar a definição desta taxa e daí (negociando explicitamente nesse sentido com as empresas que pagam esta taxa para evitar desvios), aliviar os valores nestas facturas ás pessoas que vivem neste concelho?
É que se não sabem o que fazer ao dinheiro...

Círculos plurinominais, uninominais, opções e possibilidades

Em plena época pré-Legislativas, e já pós-Europeias; estamos no momento político em que os diferentes partidos políticos escolhem internamente e vão indicando os seus indicados que compoem as listas de candidatos a deputados, que serão apresentadas pelo país.
Hoje venho contudo escrever sobre um cenário mais à frente – e aqui digo mais à frente com uma ponta de tristeza, porque os avanços que possibilitam e que vou referir só agora começam a ser implementados em Portugal.
Mas vamos começar pelo início, nos tempos mais próximos o leitor poderá ouvir falar de círculos eleitorais plurinominais e de círculos eleitorais uninominais; afinal o que é isso?

A própria expressão “círculos” eleitorais?
Num exemplo prático: hoje em dia nas eleições legislativas, apesar de se dizer que se vota no presidente do Partido “A” ou no secretário-geral do Partido “B”, na realidade os portugueses votam para a definição da composição da Assembleia da República, mas votam apenas para a definição dos deputados eleitos no seu distrito – que uma vez eleitos se juntam aos dos restantes distritos. É da organização interna de cada partido a definição da respectiva liderança nacional.
Concretizando: tomando como exemplo as eleições legislativas, os “círculos” eleitorais são os diferentes distritos pelos quais se elegem deputados mais os “círculos-extra” de deputados eleitos pelos emigrantes.  

O que são círculos plurinominais?
São círculos plurinominais aqueles em que são estabelecidos círculos eleitorais em que se votam entre listas já definidas. Aqui há a variante de  quem ganhar ocupar todos os lugares, ou de haver distribuição de mandatos entre candidaturas de forma proporcional ao número de votos recebidos por cada uma. 
Nesta opção a composição e ordenação dos nomes na lista é feita pela candidatura e o eleitor limita-se a aceitar a lista já ordenada, votando entre listas pré-definidas.
É exemplo de eleição por círculos plurinominais a eleição para o Parlamento Europeu: a nível nacional votamos em listas nacionais apresentadas pelos diferentes partidos, e há uma distribuição de mandatos que é proporcional ao número de votos de cada partido. Cada partido indica a ordem de entrada dos seus eleitos e os eleitores escolhem apenas entre partidos cujas listas foram decididas internamente.

O que são círculos uninominais?
São círculos uninominais aqueles em que são estabelecidos círculos eleitorais em que se elege apenas 1 pessoa. Quando falamos em órgão compostos por mais de 1 pessoa (por exemplo Assembleias), os eleitos dos diferentes círculos organizam-se após a sua eleição em grupos (no caso das Assembleias em Grupos Parlamentares).
É aplicação deste conceito a eleição do(a) Presidente da República – 1 pessoa por círculo eleitoral, esse círculo eleitoral é o país. 


E de que falava eu quando mencionava avanços…?
Antes de mais, é habitual dizer que não há sistemas perfeitos, pessoalmente encaro de outra forma, todos nós temos opiniões e vemos os diferentes temas “à nossa maneira”. 
Pessoalmente entendo que o nosso sistema actual não é “o pior”, contudo impõem-se algumas melhorias, e desde logo agrada-me o facto de nos círculos uninominais haver uma maior relação do eleitor com cada eleito(a), “obrigando-o(a)” a apresentar-se ao público, evitando casos de deputados(as) e/ou de candidatos(as) impostos(as) internamente pelas sedes nacionais ou locais, mas com pouca ou nenhuma ligação ao eleitorado que os elegerá “a reboque“. Por outro lado agrada-me a divisão por partidos.

Assim penso que melhorariamos -  e pense por exemplo nas eleições legislativas - se pudessemos de forma simples votar nos partidos (a escolha habitual), e se após a escolha do partido fosse dada a hipótese ao eleitor de escolher entre os candidatos a deputados desse partido; dessa forma todos os candidatos de 1 partido por um lado contribuiríam para a eleição dessa força partidária, e por outro estariam sujeitos á escolha pelo eleitores que poderiam assim simplesmente promover ou despromover os candidatos que mais lhes agradassem. A distribuição seria feita primeiro entre partidos, e depois seria definida a ordem de entrada dos candidatos de cada partido consoante a contabilização dos votos. Apontei as Eleições Legislativas como exemplo, para as Eleições Europeias o raciocínio seria o mesmo.

Isto é exequível?/ porquê agora?
Para a implementação desta solução é importante a implementação do voto electrónico (começou a ser testado nas últimas eleições europeias), por um lado por simplicidade no momento do voto, e por outro porque no meu entender dado o voto num partido apenas faz sentido escolher de entre os candidatos desse partido; num sistema de voto electrónico tal é fácil de implementar – dada a escolha de uma opção (partido ou independentes), acede-se à segunda opção: quem deve ser  o representante.
Para terminar é de referir que não é difícil a implementação do voto electrónico (que se está a testar agora), e também não é difícil –tendo  o voto electrónico- criar e implementar a opção que defendo. Na realidade só é de estranhar porque estamos à tanto tempo sem voto electrónico, e sem as possibilidades que este nos oferece.

acerca da limitação dos ordenados dos gestores de topo em empresas

Há uma pergunta que recorrentemente é levantada por alguns sectores da sociedade e sobre a qual hoje escrevo:
“- Devem os ordenados dos gestores de topo das empresas, ser limitados pela Lei?”
Vamos por partes, e para ser preciso por 3 partes:

- No Estado ou em empresas do Estado queremos uma gestão tão eficiente quanto possível. Faz sentido que haja diferenças nos valores salariais, contudo não faz sentido pagar a alguém mais do que aquilo que é a mais-valia que esse quadro traz à empresa.
Isto soa óbvio? Vou dize-lo de outra forma: hoje em dia, o número de portugueses formados nas mais diversas áreas é claramente superior ao que acontecia no passado, igualmente abundam pessoas com pós-graduações e trajectos admiráveis, pelo que a diferença entre os profissionais não justifica diferenças principescas a nível salarial. 
Assim mantenho a defesa do princípio da diferenciação salarial, desde logo por questões hierárquicas, mas isto sem loucuras ou desmandos de maior.


- No privado, há 2 situações distintas:
a) 
No caso de uma empresa de um único dono (será exemplo mais óbvio empresas de menores dimensões), o projecto empresarial tem claramente um(a) dono(a) e responsável; sendo a empresa sua propriedade. Assim, no limite até aceito que o dono ofereça toda a mais-valia da mesma a alguém… Ou seja, enquanto acto de gestão eficiente o raciocínio mais lógico seria o que escrevi anteriormente para o sector público; a diferença é que –e é de lembrar que muitas vezes são os donos das pequenas empresas a ocupar os cargos de gestão- os donos podem simplesmente querer promover ou premiar alguém; o que mesmo podendo não ser a solução mais competitiva, é uma opção realizada por alguém sobre os seus bens; ou neste caso mais especificamente sobre o seu projecto empresarial; entendo que deverão ter essa liberdade.

b) 
No caso de empresas com um conjunto alargado de proprietários, de que são  exemplo empresas cotadas em bolsa, estamos igualmente a falar do sector privado. Aqui apesar de continuar a compreender e até a defender alguma liberdade na gestão, é de notar que todos os accionistas de uma empresa são donos da mesma, seja em partes iguais ou distintas; e apesar de poderem não ser accionistas maioritários, ou em dado momento não serem próximos à equipa que lidera a empresa; continuam a ser (também) donos.
Assim entendo que o estado deve assegurar a existência de legislação que garanta transparência na gestão e a defesa dos direitos dos diferentes donos do mesmo bem partilhado. 
Aqui, e chamemos ao elemento que lidera uma empresa Chief Executive Officer, Presidente ou outro, não é essa pessoa “o dono” do projecto empresarial, e assim o seu poder, e nomeadamente na definição das regalias que usufrui, deve ser alvo de escrutínio e regulação por todos aqueles que efectivamente são os accionistas (e portanto os efectivos donos) da empresa.

apoio a actuais e ex-Combatentes

Uma olhadela num livro de história claramente nos esclarece que a relação entre os diferentes povos nem sempre é pacífica e que ao longo do tempo foi pela força dos exércitos que tradicionalmente se ditaram fronteiras, jurisdições; e em última analise as definições dos diferentes Estados/Nações e respectivas regras pelas quais se governam. Portugal destaca-se como uma das Nações mais antigas do mundo, desde o tempo de afirmação da identidade nacional até aos dias de hoje, os portugueses sempre traçaram o seu caminho com maior ou menor dificuldade até ao momento em que nos encontramos hoje - é inegável o papel e importância das nossas Forças Armadas.

E concretamente o que são as nossas Forças Armadas senão alguns de nós (portugueses) a quem especificamente foi confiada a missão de proteger a nossa segurança e da  nossa família, bem com os interesses nacionais nos mais diferentes ambientes?


É por isso que entendo ser inteiramente justo honrar e prestar homenagem aos nossos actuais e antigos combatentes. Do passado, lembrar aqueles que tombaram, e ajudar a cuidar aqueles que sobreviveram mas ainda hoje sofrem de mazelas físicas e/ou psicológicas que ganharam ao serviço de Portugal. Aqueles que saíram incólumes não merecem menos consideração ou respeito, bem como aqueles que hoje desempenham as mesmas funções.
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Hoje, dia 9 de Abril, é o Dia do Combatente e queria saudar e agradecer a todos(as) aqueles que de forma directa ou indirecta serviram, ou foram afectados pelo facto de amigos e/ou familiares servirem a nossa Nação.

Porque nem só de intenções se constrói a realidade, entendo que faz sentido apoiar os actuais e antigos combatentes, nomeadamente através da Liga dos Combatentes e dos seus Núcleos locais (e sim, temos um no Seixal). 
Por isso mesmo, no passado dia 25 de Março apresentei pela bancada do PS na Assembleia Municipal o Seixal uma moção que visava saudar os Combatentes e recomendar à Câmara Municipal do Seixal um esforço para oferecer uma sede ao Núcleo do Seixal desta Associação. Concretamente refiro-me a este documento:



É contudo de referir que esta moção foi chumbada com: 
  - Votos a favor: PS, PSD, CDS e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
  - Votos contra: CDU, BE; 
  - Abstenção: PAN;

Em democracia dizemos o que queremos e votamos como entendemos, pessoalmente tenho apenas a dizer que classificar como “ingratidão” o sentido de voto das forças partidárias que com o seu sentido de voto contribuíram para o chumbo desta moção até me parece demasiado simpático.

Videovigilância


O mundo muda. De diferentes formas e em diferentes vertentes, uma delas é a tecnologia disponível.
Vivemos na era do digital, da simplificação de processos e da automação! Aproveitar as oportunidades que se nos deparam para simplificar ou para aumentar a amplitude  e qualidade dos serviços prestados é do mais elementar bom censo. Entendo que isso também é valido para a segurança, e para a actuação das nossas forças da ordem, daí hoje abordar este tema.
Desde logo entendo a videovigilância como um exemplo do tipo de meios que a tecnologia nos trouxe e vale a pena aproveitar, não será esta uma boa opção para uma autarquia adoptar para ajudar as autoridades a proporcionar a desejada segurança aos seus munícipes?

Não há grande volta a dar… Todos compreendemos que ninguém é omnipresente, e não é possível ter um agente da polícia em cada esquina, assim há que usar o que temos disponível. Instalar e manter um sistema de videovigilância permite por um lado que se mantenha um registo para o futuro que poderá sempre ser útil; e por outro permite garantir uma vigilância constante mais apurada pois uma pessoa (seja um agente da autoridade ou um segurança) pode facilmente controlar um conjunto de ecrãs alimentados com imagens de camaras instaladas em diferentes locais; ou seja, mesmo não estando presente poderá vigiar simultaneamente mais áreas, e mais facilmente determinar situações que justifiquem a acção das autoridades que podem ser imediatamente avisadas.

Entendo contudo que este tipo de opção não deve ser seguida de forma avulsa, sendo que aqui não se deverá descurar o papel da polícia. São naturalmente as nossas forças de segurança os parceiros privilegiados neste caminho, sendo a melhor fonte de aconselhamento no que toca quer aos pontos mais adequados para instalação de câmaras, quer para ajudar no desenho dos meios de articulação que permitam a sua intervenção da forma mais rápida e eficiente possível, sempre que tal seja necessário.

Agora... É fácil perceber as potencialidades desta opção, e sinal disso é o facto de já ser uma solução adoptada em alguns municípios, e isto claro, porque a lei já permite a utilização destes meios mediante alguns pressupostos.

E aqui no Seixal, a nossa segurança e a segurança das nossas famílias não valeriam bem um investimento da Câmara Municipal ?

O preço do passe na Área Metropolitana de Lisboa

Definir (melhor dizendo estabelecer um tecto máximo) para o preço do passe é um detalhe? 
Honestamente penso ser uma medida/conquista importantíssima.

A maioria de nós não trabalha a uma distância do emprego que lhe permita deslocar-se até o local de trabalho a pé, ora, analisando hipóteses temos as deslocações em veículo próprio/partilhado ou em transportes públicos. 
Para muitos a escolha recai em transportes públicos, e esta é também a opção que os políticos e as instâncias estatais (estado, autarquias, forças de segurança, etc) mais aconselham e tentam promover, pois reduzem filas de trânsito, problemas de estacionamento e toda a confusão que daí advém. 
Sendo que não há opções perfeitas um dos maiores problemas associados – e mesmo esta sendo uma opção regra geral mais barata - é exactamente o facto de ainda assim ter um custo elevado, acabando muitas vezes por ser uma factura pesada e inevitável  na economia familiar.

Ora, se queremos promover uma opção faz sentido equacionar até que ponto a podemos e queremos subsidiar. Vamos então pensar, em termos práticos a implementação do valor máximo para o passe para toda a AML tem 2 efeitos:
  • valoriza a opção pelo transporte público, potenciando que haja mais pessoas a seguir esta opção;
  • tem efeito directo na economia de muitos agregados familiares, aliviando uma despesa que dependendo dos casos poderia ser de elevado montante, e que diversas vezes ainda se multiplicava por haver mais de 1 elemento do agregado familiar com valor de passe superior ao tecto definido;

Então esta medida é importante? É, e muito!

Porque a posição do PS nas diferentes estruturas, primeiramente arrancando com a iniciativa, e depois apoiando-a localmente, tem sido clara; o concretizar da referida medida merece-nos um elevado regozijo. 
Sinal e demonstração disso mesmo foi a apresentação de um voto de louvor à implementação desta medida, pela bancada do PS na última sessão da Assembleia Municipal do Seixal (a 25 de Fevereiro), fica o convite à consulta do referido:



É ainda de referir que este voto de louvor foi aprovado com:
- Votos a favor: PS, PAN e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
- Votos contra: PSD;
- Abstenção: CDU, BE, CDS; (sem votos contra);

Das descargas de esgotos domésticos na Baía

Lembra-se de algum filme de apresentação sobre o concelho do Seixal? Lembra-se se em algum momento se falava ou mostrava a nossa Baía?
E se fosse o(a) leitor(a), numa apresentação da nossa terra, falaria da nossa Baía?

Pessoalmente, se fosse eu a fazer a referida apresentação seria mesmo muito provável que a focasse. Vejo a Baía do Seixal como um dos cartões de visita do Seixal.
É ainda nas imediações das suas margens que muitos seixalenses vivem, trabalham, praticam desporto ou simplesmente desfrutam do seu tempo de lazer para descansar ou passear. 

Dessa forma os casos de descargas de esgotos não tratados na Baía do Seixal que ocorreram em Janeiro são naturalmente fonte de preocupação. Com o sistema de saneamento a funcionar não há descargas de águas residuais; mas quando há problemas, e tal não é inédito, voltamos a este método. Ou seja, volta e meia, pimba!

Não há mistério nem fórmulas mágicas, há trabalho por fazer! E da manutenção da rede de saneamento à criação de sistemas redundantes que permitam fazer frente a soluções problemáticas importa garantir o erradicar destas descargas na nossa Baía.


Porque no PS temos esta preocupação, neste mesmo âmbito apresentei pela nossa bancada na 1ªSessão Extraordinária de 2019 da Assembleia Municipal do Seixal o documento (moção) seguinte:
 , 


É de assinalar que a moção foi aprovada com: 
- Votos a favor: PS, PSD, PAN, CDS e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
- Abstenção: CDU, BE;
 (sem votos contra)

Ora, como já disse e refere o documento, há aqui mesmo trabalho para fazer... Mãos à obra Sr. Presidente e membros do executivo?