Saudar o Movimento militar de 25 de Novembro de 1975 e seus intervinientes

 Já tinha escrito sobre o 25 de Novembro de 1975 aqui (click para aceder).

Contudo, e porque a oportunidade até se deu, no passado dia 25 de Novembro deste ano (portanto pelos 45 anos do movimento militar normalmente conhecido exactamente pela data) tive a oportunidade de, pela bancada do PS na Assembleia Municipal do Seixal apresentar em sessão da Assembleia uma moção a saudar exactamente estes eventos. Concretamente o documento apresentado foi o seguinte:

Mocão PS- Saudar o Movimento militar de 25 de Novembro de 1975 e seus intervinientes

 

Contudo o mesmo foi chumbado, pois os sentidos de voto foram:
 - Votos a favor: PS, PSD,  PAN e CDS;
 - Votos contra: CDU, BE e  Sr. Presidente da Junta de Fernão Ferro;

Ora, não posso deixar de chamar à atenção para algo que me parece óbvio:

1. O 25 de Novembro é apresentado por muitos como um movimento militar que visava impedir que se estabelecesse uma nova ditadura (desta vez comunista) em Portugal, aliás uma acusação expressa de Mário Soares na altura;

2. Os partidos que votaram contra este documento, e sistematicamente votam contra os documentos que saúdam o 25 de Novembro de 1975, são aqueles (ou os criados por elementos de outros partidos que existiam na altura) que são acusados de terem querido instalar uma ditadura comunista em Portugal;

3. Os países cujo modelo é elogiado pelos partidos que votaram contra este documento, são os habitualmente classificados como “comunistas”, ou com sistemas acusados de serem ditaduras alinhadas à esquerda;

4. Tendo ou não vivido em 1975, todos os portugueses conseguem confirmar que no Portugal actual, construído com o 25 de Novembro, vive-se em democracia, com diferentes partidos (incluído os acusados de ser menos democráticos) e ainda com a possibilidade de se criarem partidos adicionais, mediante mínimos requisitos legais. 

...Acho que se percebe bem, não é?

Eu sou pela democracia! 
E hoje, como antes, tenho a dizer: Viva a República Democrática Portuguesa!

Eleições Presidenciais 2021

Hoje foi oficialmente marcada por sua Excelência o Sr. Presidente da República, a data (seja da primeira ou única volta) das Eleições Presidenciais Portuguesas de 2021. 

Por isso faço este post repetindo-me, mas dada a efemeridade das redes sociais, parece-me que de uma forma ajustadada. 
Por ser o coordenador da "Não Troquem Os Nossos Bebés", dada a oportunidade, volto então a lembrar a posição assumida sobre estas eleições:

Pessoalmente, e por ser eu a dar a cara pela ONG, venho também (repetir-me a) esclarecer que não integrarei nem apoiarei publicamente qualquer candidatura ás Presidenciais de 2021.
Aqui, e tal como a "Não Troquem Os Nossos Bebés", deixo contudo uma indicação que sublinho: a melhor opção será votar no(a) candidato(a) ou num(a) de entre os(as) candidatos(as) que se posicionem claramente contra as trocas de bebés em Portugal.

Salário Mínimo Europeu

(click para aceder ao post original)

Para garantir a TODOS os trabalhadores europeus garantias mínimas no que respeita à sua remuneração;

Porque nada impede que os diferentes países definam, para a sua jurisdição, valores superiores aos da referência europeia, e mesmo dentro do mesmo país se pratiquem valores mais elevados para alguns empregos (como já acontece hoje em Portugal), abaixo é que não se pode;

Porque esta medida facilita e encaminha-nos para uma convergência Europeia em termos de direitos laborais - uma convergência que, naturalmente, se terá de fazer no tempo, e se pretende seja nivelada "por cima" (ao nível dos mais ricos);


Adesão à ANAM

A força e certeza das nossas convicções não devem levar-nos a descurar a importância da troca de ideias e experiencias; ou a desvalorizar o adquirir do conhecimento do que de diferente outros, em situações similares á nossa, fazem. Esta atitude permite-nos aperfeiçoar as nossas práticas, e tornar-nos melhores no que fazemos. 

Igualmente e porque a união faz a força, “juntar vozes” dá força a reivindicações comuns.

Em Portugal existe uma Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM), cujo site poderá visitar aqui: https://anam.pt/

https://anam.pt/


A si, que lê este texto, não lhe parece normal que a Assembleia Municipal do Seixal fizesse parte desta Associação? 

Pois…

A mim (e à bancada do PS na Assembleia Municipal do Seixal) também parece que essa seria a opção mais adequada, daí que em 27/06/2019 tenha apresentado pela bancada uma moção a recomendar a adesão à referida associação, concretamente o documento seguinte:

Moção PS - Pela adesão à Associação Nacional de Assembleias Municipais  


Sendo votada, a moção foi mesmo aprovada com:
- Votos a favor: PS, PSD, BE, PAN e CDS; 
- Votos contra: CDU; 
- Abstenção: Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 

Contudo, e como vai sendo demasiado habitual, o executivo nada fez entretanto no sentido de acatar a recomendação.

Entretanto, e face ao imobilismo do executivo camarário, já em Setembro deste ano, o PS em conjunto com o PAN, tentou arrancar com uma iniciativa de adesão, mediante um aditamento à ordem de trabalhos de uma Assembleia Municipal – uma tentativa que saiu gorada face à postura do PCP/CDU na condução dos processos e do funcionamento dos órgãos (pode-se dizer que foi uma variante do habitual “veto de gaveta”, em que uma proposta não chega a sequer a ser apresentada em Assembleia ou votada).

Triste e novamente vemos em acção as forças de bloqueio que nos vão (des)governando neste concelho.  



**Adenda posterior (2020/11/19):

Por uma questão de exactidão penso ser premente uma nota de actualização e/ou correcção.

O seu a seu dono, desta vez há inactividade, e falta de vontade… mas não um veto de gaveta. A iniciativa conjunta de PS e PAN chegou mesmo a votação, mas tendo nuances, passo a explicar:

Já em Novembro de 2020, pela 5ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal do Seixal (click para aceder à documentação, e ao referido ponto II.4) foi incluída na ordem de trabalhos, para apreciação e votação pelo plenário, uma deliberação pela inclusão (ou não) de um ponto para deliberar sobre a adesão do Seixal à ANAM.

Soa confuso, direi de outra forma para deixar claro: no ponto não se votava a adesão  à ANAM; mas sim se íamos adicionar um ponto na ordem de trabalhos para que essa discussão e votação tivessem efeito. Fez-se então essa discussão (que aqui foi mais processual), mas a inclusão deste ponto adicional foi infelizmente chumbada com:

 - Votos a favor (17): PS, PSD, PAN e CDS;
 - Votos contra (17): CDU e sr. Presidente da Junta de Fernão Ferro;
 - Abstenção: BE;

Dado o empate, como é da regra, foi exercido  o voto de qualidade do Presidente da Assembleia Municipal, que é da CDU, e mantendo o sentido de voto da sua bancada fez chumbar a proposta. O ponto não foi portanto incluído na ordem de trabalhos.


Transmissões online das Assembleias, de Freguesia e Municipal, no Seixal ... SIM !!

Quem segue a politica autárquica no Seixal sabe que à muito tempo que o PS no Seixal e os seus eleitos, defendem a transmissão online das sessões das Assembleias (tanto de Freguesia como Municipal), bem como das reuniões de Câmara.

Vivemos no século XXI, e a tecnologia disponível permite viabilizar a transmissão para um fácil acesso do comum cidadão. Com estas transmissões podemos aproximar as pessoas do centro de decisão; informando-as, e com isso (digo eu porque é minha opinião) incentivando-as a participar e a envolver-se; combatendo assim o alheamento e a abstenção.   

Pois ontem dia 29 de Setembro, a Assembleia de Freguesia de Amora fez história no Seixal ao disponibilizar pela 1ª vez, neste concelho, a transmissão de uma sessão online (no caso via Youtube).

Será aqui de explicar:
o PCP/CDU no Seixal é contra estas transmissões, vetando-as sempre que pode e recorrendo a inúmeras desculpas, mas... já não estão com maioria absoluta na Assembleia de Freguesia de Amora, e a correlação de forças existente nesta Assembleia permitiu a aprovação da medida com os votos favoráveis do PS e do PSD; e votos contra do PCP/CDU e do BE; aqui nota-se bem quem são as forças de bloqueio e do imobilismo no Seixal, não é?

Aliás, veja-se que a birra foi e vai ao ponto do Presidente da Mesa da Assembleia (e não só) se recusar a ser gravado. Daí não se ouvir a condução da Assembleia, ou seja, o chamar dos eleitos para intervir, a apresentação dos pontos, resultados das votações, e alguns outros momentos e intervenções – é a razão de alguns longos silêncios  a meio do vídeo. 

Parece caricatura... não é! Está online, basta assistir.
Relembro: as sessões das Assembleias são públicas, é esta a cultura democrática de alguns.


Mas a resiliência é uma qualidade dos Amorenses, e mesmo assim, pelo menos as acções e intervenções dos minimamente cooperantes, estão acessíveis.  

Como referi a transmissão foi em directo, mas o vídeo está ainda disponível online no canal da Junta de Freguesia, concretamente em:

https://www.youtube.com/watch?v=UAfwOuDtWxg


Aconselho: veja(m) o vídeo e também os que de futuro se seguirem, porque as decisões são sobre nós, a nossa terra e a administração dos nossos impostos e património comum.
E já agora, das birras e embirrações de alguns, e que de alguma forma ajudam a caracteriza-los.

Mais informação facilita mais participação, e assim melhor democracia, continuaremos a lutar.  
Transmissões online das Assembleias, de Freguesia e Municipal, no Seixal... SIM!!

  

“Avante..? Tenham vergonha pá!”

O ano de 2020 tem sido marcado, quer a nível nacional, quer a nível mundial pela pandemia do COVID-19.

Sistematicamente chegam notícias de infectados e mortos. Comparativamente ao cenário internacional o caso português não é sequer tão mau, contudo está longe de ser um pormenor. Além disso os efeitos na economia, uns que já se sentem, e outros que se prevêem, e que derivam desta crise, são graves.

Do ponto de vista financeiro, olhando aos agregados familiares, temos que neste período houve quem simplesmente ficasse sem emprego e outros que, mantendo o emprego, foram sujeitos ao layoff com respectiva redução de remuneração - e isto quando nos focamos apenas nos trabalhadores por contra de outrém.

Olhando ao tecido empresarial, não é difícil perceber que muitos são os casos de aperto, notemos:

  • uma empresa que não trabalha, não produz, e daí não factura;
  • uma empresa de serviços que ou não funciona, ou funciona menos tempo, ou para menos pessoas, venderá menos serviços e daí terá menos receitas;

E os custos? Bem… mesmo em layoff há valores a pagar, mesmo o adiar de pagamentos não os elimina, e seja nas rendas, ou nos empréstimos bancários, adiar dívidas não as paga – essa factura virá no futuro.

 

Do ponto de vista macroeconómico já é mau, se bem que quando nos reerguermos novas empresas surgirão, a criar esses ou outros produtos, a prestar esses e outros serviços; mas do ponto de vista individual não é mesmo um detalhe. 
É que do ponto de vista “macro” um café ou um bar são “apenas” um café ou um bar, mas individualmente trata-se do projecto empresarial que materializa o sonho de alguém, mais: o projecto empresarial (e profissional) que sustenta o seu projecto de vida.

E quantos não foram aqui gravemente afectados?

Exactamente porque consigo perceber as dificuldades alheias, sou mais critico para posturas menos responsáveis, e sobretudo para aqueles a quem, por um lado por terem acesso aos números e projecções, e por outro, por ocuparem cargos de liderança, seria expectável maior preocupação e cuidado, mas acabam fazendo gato-sapato das normas e agem tendo apenas por base o seu interesse, e com isso contrariam o que o mero bom censo já desaconselha.

Vou ser claro: é inadmissível a realização da Festa do Avante, nos seus moldes normais, neste ano. O que tem a mais ou a menos face aos outros eventos cancelados? É apenas por ser “a festa do PCP”?

Permito-me fazer eco das queixas da população:

 

Percebemos todos as razões de queixa.

Mais: cancelaram-se festas e festivais por todo o país, daí impedimos, artistas, bandas, pessoal de apoio logístico; e em muitos casos feirantes, de trabalharem (e daí receberem menos ou nada, face ao que seria habitual), e depois

“Pára tudo, vem aí o PCP e vamos realizar o Avante?”

Vamos desmistificar “a coisa”:

  • ninguém impede ninguém de tomar posição e a divulgar;
  • ninguém impede ninguém de fazer debates; seja online ou presenciais (neste 2º caso com cuidados de distanciamento de segurança);
  • ninguém impede ninguém de fazer eleições;

E tipicamente, fora da pandemia, ninguém se chatearia se outro alguém, em casa, no quintal, num pavilhão ou numa quinta, fizesse uma festa, seja com entradas gratuitas ou pagas. 

Agora, ainda não saímos da pandemia, ainda há medidas restritivas, ainda não estamos livres de haver um qualquer retrocesso, e houve mesmo cancelamento de muitas actividades deste género.

O que temos então?

“Os festivais são todos iguais, mas uns são mais festivais que outros“?

Há facturas que são pagas pela comunidade, e a irresponsabilidade perante uma pandemia é um exemplo. 

Pessoalmente sou frontalmente contra a realização da Festa do Avante este ano.

E de forma curta e pessoal, deixo um desejo:

Tenham vergonha!


Demografia e natalidade

Um estudo da revista "The Lance" em que se refere que 
"Portugal poderá chegar a 2100 com cinco milhões de habitantes"
Teve eco na comunição Social portuguesa, nomeadamente:


O tema da demografia não é novo e é recorrente, sendo exemplo alguns artigos do passado: 


Assim parece-me fazer sentido pensar um pouco sobre isto. E sobre 2 perspectivas diferentes.

Será antes de mais de desmistificar algo: 
ver os números da nossa população baixar (o número de pessoas que reside em Portugal ficar menor), do ponto de vista global não é algo necessariamente mau. Vejamos, todos teremos já ouvido falar da pressão sobre o ambiente no que concerne por um lado à exploração e consumo de recursos, e por outro à quantidade de poluição que resulta, de forma directa ou indirecta, da actividade humana. 

Podemos (e devemos) reeducar as pessoas, repensar a sociedade e alterar o nosso modo de vida para um estilo de vida mais sustentável, mas neste ponto a matemática é simples: se tivermos 2 conjuntos de pessoas com os mesmos hábitos, mas de tamanhos diferentes, naturalmente o grupo com mais elementos vai consumir mais recursos e poluir mais que o grupo menor. 
E conseguimos ver nós algum caso extremo deste raciocínio? Sim, não foi por acaso que à alguns anos a China implementou a politica de filho único – o sobrepovoamento é mesmo um problema maior que uma redução do número de elementos de uma população. 
Faz igualmente sentido desmistificar o tema da sustentabilidade da segurança social: é real que ter menos adultos activos a descontar para uma dada população idosa causa mais pressão sobre o sistema, mas estamos apenas perante um reajuste dos números das percentagens de cada faixa etária na população (há efectivamente um redesenhar da pirâmide etária); contudo o que teremos é um novo equilíbrio, que quando atingido tenderá a manter-se; ou seja, o número total de elementos da população varia, mas a percentagem de cada faixa etária (nº de idosos por adulto activo) tenderá a manter-se.


Ora, mas então e qual o problema deste raciocínio? 
Leva-nos à 2ª perspectiva que quero abordar.
Vou-me limitar à realidade que conheço, mas em Portugal já há e já se faz planeamento familiar à muito, e a questão é que a maioria das pessoas quer ter filhos (e refiro-me a mais de um).
Seja adoptando, seja gerando-os biologicamente.
Seja na visão mais clássica de agregado familiar, seja nas mais diferentes variantes.
As pessoas querem ter filhos e cria-los com boas condições, sendo que esta definição de “boas condições” variará com o nível de exigência, ainda assim há coisas que se percebem bem. 
Do ponto de vista “macro” provavelmente tal significará pouco, mas do ponto de vista pessoal, cada português não deve ser apenas “um número”, e eliminar ou reduzir esta limitação deveria ser uma preocupação – não se trata de um detalhe, é uma escolha marcante para as pessoas, é que como dizia, o que se assiste em Portugal é ao limitar da natalidade pela falta de condições e não simplesmente a uma  opção de vida, que se seguiu sem condicionantes.

Falando nesta preocupação, e pensando em Portugal é usual apontar algumas limitações:
- salários, e consequentemente um nível de vida, baixos
- licenças de maternidade de pouca duração 
- uma baixa sensibilidade social (e mais do que legislação, falo de mentalidade) para a importância do apoio à família; 


Ainda assim, creio que a maior dificuldade tem a ver com o fato de as pessoas terem dificuldades em arranjar (e pagar a quem) lhes fique com os filhos quando em idades menores.
Existem algumas cresces que acolhem crianças, e com um critério de escolha –plausível - de cobrar menos a quem tem maiores dificuldades financeiras. O problema é que a oferta (lugares de cresce) é “curta”, e portanto basta não estar numa situação tão má (bastam dois pais a ganhar um salário mínimo ou pouco mais) para que ou a factura cresça consideravelmente, ou nem haja lugares disponíveis para a(s) criança(s). 
No privado há diferentes ofertas que variam com a zona do país em que vivemos, mas na zona da grande Lisboa facilmente se ultrapassam valores que são (sobretudo quando comparamos ao ordenado mínimo nacional) muito significativos. Pasme-se: é muitas vezes mais barato ter um filho na faculdade do que na cresce.

Mais do que números, queremos os portugueses felizes e realizados? Ter filhos faz parte do “plano de vida” que a maioria deseja. 
Queremos combater a baixa natalidade? Crie-se uma rede de cresces/externatos sob a égide estatal, gratuitas para todos e a funcionar 12 meses/ano.
Querer (ou não) ter filhos é diferente de não ter condições para tal.

Águas pluviais e o planeamento urbanístico

Não é exactamente novidade falar de planeamento urbanístico, da sua importância e das muitas consequências de construir sem pensar, sem planear. Ainda assim, e quando olhamos para muitas urbanizações pelo país devemos ter em conta que este conceito de planeamento é mais recente (falo de décadas), e que assim, há problemas que serão mais expectáveis em zonas mais antigas.

Salientando esta diferença, olhando para Seixal, será caracterizador do mau trabalho da Câmara Municipal em termos de planeamento urbanístico, que mesmo quando olhamos para zonas mais recentes nos saltem tão facilmente à vista os erros que ainda se vão cometendo. 
Desde logo, e falando no Concelho do Seixal, é exemplo Santa Marta do Pinhal em Corroios  - não é pelo menos estranho que numa urbanização tão recente ainda se sintam problemas no escoar das águas pluviais assim que chove um pouco mais?

Quem vive na zona ou a frequenta facilmente reconhecerá o problema, mas chamava à atenção para a imagem neste post, que ilustra o que digo – trata-se da Avenida  Rui Grácio num dia de chuva neste ultimo inverno.
Será igualmente de lembrar que o local não está perto de lagos, rios, ou qualquer outro braço de mar – o que vemos é insuficiências na capacidade de escoamento de água da chuva – uma evidência da incompetência no planeamento (e construção) da urbanização.

Depois piora esta caracterização pela actuação, da Câmara Municipal do Seixal!
É que não só houve um erro claro no planeamento e construção feitos de raiz, como hoje em dia o problema é evidente, já o é à algum tempo, está plenamente identificado e é frequentemente alvo de queixas… mas apresentação de soluções pela autarquia…? Nada!

Aliás o silêncio e o imobilismo da autarquia nestas questões costuma ser habitual; deve ser de ser tão evidente de quem é responsabilidade (assim não dá para culpar o governo ou qualquer outra entidade, como é tão hábito dos eleitos do PCP/CDU no Seixal).


Por isso, e contra esse imobilismo, em 28 de Fevereiro deste ano, na 1ªSessão Ordinária de 2020 da Assembleia Municipal do Seixal, apresentei pela bancada do PS, uma moção a aconselhar o replaneamento do sistema adutor de águas pluviais no local. O documento apresentado foi o que agora aqui partilho:

Moção PS -  Pelo replaneamento e reestruturação do sistema adutor de águas pluviais em Santa Marta do Pinhal
A moção foi aprovada com:
 - Votos a favor: PS, PSD, CDS e PAN;
 - Votos contra: CDU e Sr. Presidente da Junta de Fernão Ferro;
 - Abstenção: BE;

Sendo redundante destacava que os eleitos da CDU votaram contra. Agora, e  mesmo com o aprovar da moção, ficamos a aguardar se o executivo vai ou não fazer algo para solucionar o problema.


Certo é: o problema não se resolverá sozinho. E também me parece que, limitar a estratégia de solução a rezar para que chova só com moderação, é manifestamente insuficiente.


Respeito, compreensão, tolerância

Gosto de política, de debater e de trocar ideias.  
Ora, se todos os momentos políticos (e refiro-me a períodos e não a instantes) são diferentes, não posso deixar de notar que mais recentemente o nível da discussão parece ter descido, com os níveis de intolerância, de agressividade e incompreensão a aumentarem. 




  - Tentar "barricar" posições; 
  - Tentar criar um “nós” e um “eles”;
  - Fomentar ódio;
  - Adjectivar (insultar) em vez de argumentar;
  - Colar aos outros rótulos pejorativos, personalizando ataques; 
…Está simples e tristemente demasiado em voga!


Não tenho um remédio simples. Ainda assim, queria só lembrar que seja onde, como e com quem for:
Ouvi-te e penso ter-te compreendido, mas não concordo contigo
Ou
Tenho uma opinião diferente

É sempre admissível e deve ser respeitado. 

Adicionalmente um clima mais desanuviado, com menos acicatar de emoções, e menos personalização na discussão é mais propenso a criar um debate mais esclarecedor e mais profícuo. 

E para terminar, que promover ou acicatar ódios ou medos é errado, cria novos problemas e não contribui para a construção de soluções. E sim, construir soluções novas e melhores, ou simplesmente ajudar a melhorar as existentes é bem mais útil que criar bodes expiatórios ou veículos de ódio. 


Da suave falácia à falsidade descarada

Confesso: uma das coisas que mais me impressiona em alguns autarcas do PCP/CDU no Seixal será a aparente calma, e o ar solene, com que dizem algo que não é bem, ou que em alguns casos não é mesmo de todo, como afirmam - não o vejo como qualidade, mas efectivamente é impressionante.
Agora, o executivo da Câmara Municipal do Seixal (CMS) decidiu apresentar aos munícipes um conjunto de cartazes, espalhados pelo concelho, com 3 frases de medidas: 
“-Mais investimento: 900 milhões de euros
 -Nova diminuição da taxa do IMI
 -Tarifário Social da água alargado”

É exemplo o seguinte:


Sendo mais impressionante vou pegar na 1ª frase e desmontar a "coisa" em poucos passos:
  • Num Orçamento anual de uma Câmara são incluídas diferentes despesas (investimento, rendas, pagamento de salários, etc…), ou seja, um orçamento, por exemplo de 100 mil euros não é de 100 mil euros de investimento; será um orçamento que inclui investimento, mas há mais despesas;
  • Na nossa realidade, o Orçamento total da CMS para 2020 anda à volta de 105 milhões de euros (ver aqui);
  • Nos orçamentos são incluídos os valores de empréstimos, o que pode fazer o valor do orçamento crescer (é exemplo o Orçamento aprovado para 2019, que incluía a aquisição do edifício dos Serviços Operacionais, ainda assim, mesmo esse era inferior a 138 milhões de euros), aparte o valor de empréstimos, o valor dos orçamentos anuais para a CMS nos últimos anos tem subido, mas não tanto;
  • Se somássemos os 3 orçamentos já aprovados neste mandato autárquico, e ainda um estimativa do que se espera para o que falta discutir e votar (2021)… em termos de ordem de gradeza, o valor total nem é próximo de 900 milhões de euros!
Então…?

Estou certo que haverá autarcas do PCP/CDU a contabilizar coisas estranhas, ou a entrar por raciocínios habilidosos ou simplesmente absurdos (afinal de contas os cartazes estão aí), agora aquilo, apresentado daquela forma, e com aquele formato é informativo?

Quer dizer, era pretendido informar? O comum munícipe que vê o cartaz, percebe? Ou tem tendência a sair enganado?

Ora o que é então concretamente aquilo?
Informação (era bom, era) Propaganda com informação enganosa, e que ainda por cima é paga com dinheiros públicos (pela CMS).

Porque não redefinir o horário semanal?


A nova primeira ministra da Finlândia foi noticia cá, pela sua vontade de introduzir um novo horário de trabalho reduzido no seu país.
Para saber mais sobre isso aceda, por exemplo, aqui: 

Daquilo que é o cerne da proposta, ao transpor para a nossa realidade teremos de fazer um ponto prévio: em Portugal ganha-se mal. 
Assim, é difícil, para já, equacionar soluções que não privilegiem o aumento dos rendimentos dos trabalhadores, ou seja o seu salário. Dado o esforço exigido ás empresas não será fácil conjugar as 2 coisas em simultâneo. Sim, porque não falamos tanto de um reformular do conceito de empregos full-time e part-time, mas na redefinição do horário semanal a tempo inteiro – isto para todos.

Ora, sendo que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, não terá mal pensar em hipóteses para o futuro…Assim temos que:
  • hoje em dia muitos se queixam do que todos notamos – falta de tempo para a família, para os hobbies e para tudo o resto que fazemos para lá da nossa vida profissional; redefinir o número de horas dedicado á nossa actividade profissional permitiria libertar horas diárias para o que cada um pretendesse;
  • o mundo muda, e as necessidades do mundo laboral também. Com o automatizar de processos, e a introdução de máquinas que facilitam as tarefas do dia-a-dia há projectos que exigem menos esforço e tempo para completar; ou seja, o mesmo trabalhador faz a mesma quantidade de trabalho num menor número de horas;ou dito de outra forma o trabalho que existe para fazer, é concluído em menos tempo e com menos recursos. Repensar horários, ajudaria a contrabalançar a redução de empregos, e faria aqui, todo o sentido;
E por fim, mas não por menos:
  • as experiencias realizadas até ao momento dão conta de um elevado nível de satisfação e aumento de produtividade dos trabalhadores:

Quem sabe: estaremos nós daqui a uns anos a pensar em redefinir o horário semanal? 
(é “só” um tipo diferente de regalia)