Abril - PREC- Novembro


Por conforto e por ser mais prático, comemoramos em feriados civis de 1 só dia as datas mais relevantes do nosso país. Na realidade, uma leitura de qualquer livro de história nos mostrará processos morosos, que têm avanços e que têm recuos. É dessa forma que, nascido após estes eventos,   entendo as referências históricas de Abril e Novembro.

Os anos da instalação da democracia em Portugal não foram “mares de navegação fácil” e tivemos a sorte de ter bons marinheiros e que nos conduziram a bom porto.  Do corrupio de acontecimentos, e de forma sucinta é realçar que:

  • Num par de anos tivemos em Portugal 2 levantamentos militares (em 25 de Abril de 74 e em 25 de Novembro de 75) e são saímos de nenhum deles para uma ditadura militar. Dito assim parece coisa pouca, não é! Este facto é sim algo que nos deve encher de orgulho nas nossas forças armadas.
  • Entre estes 2 levantamentos militares houve muita agitação politica, houve turbulência, houve excessos, houve ilegalidades. Há também a acusação mais grave que houve aqueles que tentaram levar Portugal para um outro tipo de ditadura, e houve até juramentos de bandeira a novos recrutas militares… O que será pelo menos de estranhar, dado Portugal ser à data um potência colonial com um exército numeroso (mas afinal…para que se querem militares?). O feriado é só em Abril, mas ambos estes levantamentos militares foram importantes na definição da nossa democracia – se celebramos Abril, é importante lembrar (e celebrar) Novembro;
  • Sobre a aceitação pela população destes levantamentos militares e seu resultado será de realçar que: 
  1. ainda hoje celebramos (com franca aceitação do povo português) a 1º – 25 de Abril de 74
  2. nas primeiras eleições presidenciais após ambos os movimentos militares foi eleito, já em 1976, Presidente da República uma das figuras do 25 de Novembro, o General Ramalho Eanes (aproveito para lembrar: eleito em 76 e re-eleito na eleição seguinte, nos 2 momentos com o apoio do PS).

    • Que hoje Portugal vive numa república democrática, e mais, de uma democracia consolidada em que há de facto diferentes partidos que defendem coisas diferentes e entre os quais os Portugueses podem escolher. É também possível criar novos partidos mediante alguns mínimos requisitos legais.

    No fim das contas, os motivos de orgulho nos nossos militares são muitos,  e muito grandes.

    Viva o 25 de Abril.
    Viva o 25 de Novembro.
    Viva Portugal.



    **Na foto duas figuras emblemáticas: Salgueiro Maia (entretanto falecido), provavelmente o mais famoso dos capitães de Abril que nos trouxeram a democracia, e Ramalho Eanes um dos líderes militares que garantiram que a mesma era preservada.