Círculos plurinominais, uninominais, opções e possibilidades

Em plena época pré-Legislativas, e já pós-Europeias; estamos no momento político em que os diferentes partidos políticos escolhem internamente e vão indicando os seus indicados que compoem as listas de candidatos a deputados, que serão apresentadas pelo país.
Hoje venho contudo escrever sobre um cenário mais à frente – e aqui digo mais à frente com uma ponta de tristeza, porque os avanços que possibilitam e que vou referir só agora começam a ser implementados em Portugal.
Mas vamos começar pelo início, nos tempos mais próximos o leitor poderá ouvir falar de círculos eleitorais plurinominais e de círculos eleitorais uninominais; afinal o que é isso?

A própria expressão “círculos” eleitorais?
Num exemplo prático: hoje em dia nas eleições legislativas, apesar de se dizer que se vota no presidente do Partido “A” ou no secretário-geral do Partido “B”, na realidade os portugueses votam para a definição da composição da Assembleia da República, mas votam apenas para a definição dos deputados eleitos no seu distrito – que uma vez eleitos se juntam aos dos restantes distritos. É da organização interna de cada partido a definição da respectiva liderança nacional.
Concretizando: tomando como exemplo as eleições legislativas, os “círculos” eleitorais são os diferentes distritos pelos quais se elegem deputados mais os “círculos-extra” de deputados eleitos pelos emigrantes.  

O que são círculos plurinominais?
São círculos plurinominais aqueles em que são estabelecidos círculos eleitorais em que se votam entre listas já definidas. Aqui há a variante de  quem ganhar ocupar todos os lugares, ou de haver distribuição de mandatos entre candidaturas de forma proporcional ao número de votos recebidos por cada uma. 
Nesta opção a composição e ordenação dos nomes na lista é feita pela candidatura e o eleitor limita-se a aceitar a lista já ordenada, votando entre listas pré-definidas.
É exemplo de eleição por círculos plurinominais a eleição para o Parlamento Europeu: a nível nacional votamos em listas nacionais apresentadas pelos diferentes partidos, e há uma distribuição de mandatos que é proporcional ao número de votos de cada partido. Cada partido indica a ordem de entrada dos seus eleitos e os eleitores escolhem apenas entre partidos cujas listas foram decididas internamente.

O que são círculos uninominais?
São círculos uninominais aqueles em que são estabelecidos círculos eleitorais em que se elege apenas 1 pessoa. Quando falamos em órgão compostos por mais de 1 pessoa (por exemplo Assembleias), os eleitos dos diferentes círculos organizam-se após a sua eleição em grupos (no caso das Assembleias em Grupos Parlamentares).
É aplicação deste conceito a eleição do(a) Presidente da República – 1 pessoa por círculo eleitoral, esse círculo eleitoral é o país. 


E de que falava eu quando mencionava avanços…?
Antes de mais, é habitual dizer que não há sistemas perfeitos, pessoalmente encaro de outra forma, todos nós temos opiniões e vemos os diferentes temas “à nossa maneira”. 
Pessoalmente entendo que o nosso sistema actual não é “o pior”, contudo impõem-se algumas melhorias, e desde logo agrada-me o facto de nos círculos uninominais haver uma maior relação do eleitor com cada eleito(a), “obrigando-o(a)” a apresentar-se ao público, evitando casos de deputados(as) e/ou de candidatos(as) impostos(as) internamente pelas sedes nacionais ou locais, mas com pouca ou nenhuma ligação ao eleitorado que os elegerá “a reboque“. Por outro lado agrada-me a divisão por partidos.

Assim penso que melhorariamos -  e pense por exemplo nas eleições legislativas - se pudessemos de forma simples votar nos partidos (a escolha habitual), e se após a escolha do partido fosse dada a hipótese ao eleitor de escolher entre os candidatos a deputados desse partido; dessa forma todos os candidatos de 1 partido por um lado contribuiríam para a eleição dessa força partidária, e por outro estariam sujeitos á escolha pelo eleitores que poderiam assim simplesmente promover ou despromover os candidatos que mais lhes agradassem. A distribuição seria feita primeiro entre partidos, e depois seria definida a ordem de entrada dos candidatos de cada partido consoante a contabilização dos votos. Apontei as Eleições Legislativas como exemplo, para as Eleições Europeias o raciocínio seria o mesmo.

Isto é exequível?/ porquê agora?
Para a implementação desta solução é importante a implementação do voto electrónico (começou a ser testado nas últimas eleições europeias), por um lado por simplicidade no momento do voto, e por outro porque no meu entender dado o voto num partido apenas faz sentido escolher de entre os candidatos desse partido; num sistema de voto electrónico tal é fácil de implementar – dada a escolha de uma opção (partido ou independentes), acede-se à segunda opção: quem deve ser  o representante.
Para terminar é de referir que não é difícil a implementação do voto electrónico (que se está a testar agora), e também não é difícil –tendo  o voto electrónico- criar e implementar a opção que defendo. Na realidade só é de estranhar porque estamos à tanto tempo sem voto electrónico, e sem as possibilidades que este nos oferece.

acerca da limitação dos ordenados dos gestores de topo em empresas

Há uma pergunta que recorrentemente é levantada por alguns sectores da sociedade e sobre a qual hoje escrevo:
“- Devem os ordenados dos gestores de topo das empresas, ser limitados pela Lei?”
Vamos por partes, e para ser preciso por 3 partes:

- No Estado ou em empresas do Estado queremos uma gestão tão eficiente quanto possível. Faz sentido que haja diferenças nos valores salariais, contudo não faz sentido pagar a alguém mais do que aquilo que é a mais-valia que esse quadro traz à empresa.
Isto soa óbvio? Vou dize-lo de outra forma: hoje em dia, o número de portugueses formados nas mais diversas áreas é claramente superior ao que acontecia no passado, igualmente abundam pessoas com pós-graduações e trajectos admiráveis, pelo que a diferença entre os profissionais não justifica diferenças principescas a nível salarial. 
Assim mantenho a defesa do princípio da diferenciação salarial, desde logo por questões hierárquicas, mas isto sem loucuras ou desmandos de maior.


- No privado, há 2 situações distintas:
a) 
No caso de uma empresa de um único dono (será exemplo mais óbvio empresas de menores dimensões), o projecto empresarial tem claramente um(a) dono(a) e responsável; sendo a empresa sua propriedade. Assim, no limite até aceito que o dono ofereça toda a mais-valia da mesma a alguém… Ou seja, enquanto acto de gestão eficiente o raciocínio mais lógico seria o que escrevi anteriormente para o sector público; a diferença é que –e é de lembrar que muitas vezes são os donos das pequenas empresas a ocupar os cargos de gestão- os donos podem simplesmente querer promover ou premiar alguém; o que mesmo podendo não ser a solução mais competitiva, é uma opção realizada por alguém sobre os seus bens; ou neste caso mais especificamente sobre o seu projecto empresarial; entendo que deverão ter essa liberdade.

b) 
No caso de empresas com um conjunto alargado de proprietários, de que são  exemplo empresas cotadas em bolsa, estamos igualmente a falar do sector privado. Aqui apesar de continuar a compreender e até a defender alguma liberdade na gestão, é de notar que todos os accionistas de uma empresa são donos da mesma, seja em partes iguais ou distintas; e apesar de poderem não ser accionistas maioritários, ou em dado momento não serem próximos à equipa que lidera a empresa; continuam a ser (também) donos.
Assim entendo que o estado deve assegurar a existência de legislação que garanta transparência na gestão e a defesa dos direitos dos diferentes donos do mesmo bem partilhado. 
Aqui, e chamemos ao elemento que lidera uma empresa Chief Executive Officer, Presidente ou outro, não é essa pessoa “o dono” do projecto empresarial, e assim o seu poder, e nomeadamente na definição das regalias que usufrui, deve ser alvo de escrutínio e regulação por todos aqueles que efectivamente são os accionistas (e portanto os efectivos donos) da empresa.

apoio a actuais e ex-Combatentes

Uma olhadela num livro de história claramente nos esclarece que a relação entre os diferentes povos nem sempre é pacífica e que ao longo do tempo foi pela força dos exércitos que tradicionalmente se ditaram fronteiras, jurisdições; e em última analise as definições dos diferentes Estados/Nações e respectivas regras pelas quais se governam. Portugal destaca-se como uma das Nações mais antigas do mundo, desde o tempo de afirmação da identidade nacional até aos dias de hoje, os portugueses sempre traçaram o seu caminho com maior ou menor dificuldade até ao momento em que nos encontramos hoje - é inegável o papel e importância das nossas Forças Armadas.

E concretamente o que são as nossas Forças Armadas senão alguns de nós (portugueses) a quem especificamente foi confiada a missão de proteger a nossa segurança e da  nossa família, bem com os interesses nacionais nos mais diferentes ambientes?


É por isso que entendo ser inteiramente justo honrar e prestar homenagem aos nossos actuais e antigos combatentes. Do passado, lembrar aqueles que tombaram, e ajudar a cuidar aqueles que sobreviveram mas ainda hoje sofrem de mazelas físicas e/ou psicológicas que ganharam ao serviço de Portugal. Aqueles que saíram incólumes não merecem menos consideração ou respeito, bem como aqueles que hoje desempenham as mesmas funções.
.

Hoje, dia 9 de Abril, é o Dia do Combatente e queria saudar e agradecer a todos(as) aqueles que de forma directa ou indirecta serviram, ou foram afectados pelo facto de amigos e/ou familiares servirem a nossa Nação.

Porque nem só de intenções se constrói a realidade, entendo que faz sentido apoiar os actuais e antigos combatentes, nomeadamente através da Liga dos Combatentes e dos seus Núcleos locais (e sim, temos um no Seixal). 
Por isso mesmo, no passado dia 25 de Março apresentei pela bancada do PS na Assembleia Municipal o Seixal uma moção que visava saudar os Combatentes e recomendar à Câmara Municipal do Seixal um esforço para oferecer uma sede ao Núcleo do Seixal desta Associação. Concretamente refiro-me a este documento:



É contudo de referir que esta moção foi chumbada com: 
  - Votos a favor: PS, PSD, CDS e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
  - Votos contra: CDU, BE; 
  - Abstenção: PAN;

Em democracia dizemos o que queremos e votamos como entendemos, pessoalmente tenho apenas a dizer que classificar como “ingratidão” o sentido de voto das forças partidárias que com o seu sentido de voto contribuíram para o chumbo desta moção até me parece demasiado simpático.

Videovigilância


O mundo muda. De diferentes formas e em diferentes vertentes, uma delas é a tecnologia disponível.
Vivemos na era do digital, da simplificação de processos e da automação! Aproveitar as oportunidades que se nos deparam para simplificar ou para aumentar a amplitude  e qualidade dos serviços prestados é do mais elementar bom censo. Entendo que isso também é valido para a segurança, e para a actuação das nossas forças da ordem, daí hoje abordar este tema.
Desde logo entendo a videovigilância como um exemplo do tipo de meios que a tecnologia nos trouxe e vale a pena aproveitar, não será esta uma boa opção para uma autarquia adoptar para ajudar as autoridades a proporcionar a desejada segurança aos seus munícipes?

Não há grande volta a dar… Todos compreendemos que ninguém é omnipresente, e não é possível ter um agente da polícia em cada esquina, assim há que usar o que temos disponível. Instalar e manter um sistema de videovigilância permite por um lado que se mantenha um registo para o futuro que poderá sempre ser útil; e por outro permite garantir uma vigilância constante mais apurada pois uma pessoa (seja um agente da autoridade ou um segurança) pode facilmente controlar um conjunto de ecrãs alimentados com imagens de camaras instaladas em diferentes locais; ou seja, mesmo não estando presente poderá vigiar simultaneamente mais áreas, e mais facilmente determinar situações que justifiquem a acção das autoridades que podem ser imediatamente avisadas.

Entendo contudo que este tipo de opção não deve ser seguida de forma avulsa, sendo que aqui não se deverá descurar o papel da polícia. São naturalmente as nossas forças de segurança os parceiros privilegiados neste caminho, sendo a melhor fonte de aconselhamento no que toca quer aos pontos mais adequados para instalação de câmaras, quer para ajudar no desenho dos meios de articulação que permitam a sua intervenção da forma mais rápida e eficiente possível, sempre que tal seja necessário.

Agora... É fácil perceber as potencialidades desta opção, e sinal disso é o facto de já ser uma solução adoptada em alguns municípios, e isto claro, porque a lei já permite a utilização destes meios mediante alguns pressupostos.

E aqui no Seixal, a nossa segurança e a segurança das nossas famílias não valeriam bem um investimento da Câmara Municipal ?

O preço do passe na Área Metropolitana de Lisboa

Definir (melhor dizendo estabelecer um tecto máximo) para o preço do passe é um detalhe? 
Honestamente penso ser uma medida/conquista importantíssima.

A maioria de nós não trabalha a uma distância do emprego que lhe permita deslocar-se até o local de trabalho a pé, ora, analisando hipóteses temos as deslocações em veículo próprio/partilhado ou em transportes públicos. 
Para muitos a escolha recai em transportes públicos, e esta é também a opção que os políticos e as instâncias estatais (estado, autarquias, forças de segurança, etc) mais aconselham e tentam promover, pois reduzem filas de trânsito, problemas de estacionamento e toda a confusão que daí advém. 
Sendo que não há opções perfeitas um dos maiores problemas associados – e mesmo esta sendo uma opção regra geral mais barata - é exactamente o facto de ainda assim ter um custo elevado, acabando muitas vezes por ser uma factura pesada e inevitável  na economia familiar.

Ora, se queremos promover uma opção faz sentido equacionar até que ponto a podemos e queremos subsidiar. Vamos então pensar, em termos práticos a implementação do valor máximo para o passe para toda a AML tem 2 efeitos:
  • valoriza a opção pelo transporte público, potenciando que haja mais pessoas a seguir esta opção;
  • tem efeito directo na economia de muitos agregados familiares, aliviando uma despesa que dependendo dos casos poderia ser de elevado montante, e que diversas vezes ainda se multiplicava por haver mais de 1 elemento do agregado familiar com valor de passe superior ao tecto definido;

Então esta medida é importante? É, e muito!

Porque a posição do PS nas diferentes estruturas, primeiramente arrancando com a iniciativa, e depois apoiando-a localmente, tem sido clara; o concretizar da referida medida merece-nos um elevado regozijo. 
Sinal e demonstração disso mesmo foi a apresentação de um voto de louvor à implementação desta medida, pela bancada do PS na última sessão da Assembleia Municipal do Seixal (a 25 de Fevereiro), fica o convite à consulta do referido:



É ainda de referir que este voto de louvor foi aprovado com:
- Votos a favor: PS, PAN e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
- Votos contra: PSD;
- Abstenção: CDU, BE, CDS; (sem votos contra);

Das descargas de esgotos domésticos na Baía

Lembra-se de algum filme de apresentação sobre o concelho do Seixal? Lembra-se se em algum momento se falava ou mostrava a nossa Baía?
E se fosse o(a) leitor(a), numa apresentação da nossa terra, falaria da nossa Baía?

Pessoalmente, se fosse eu a fazer a referida apresentação seria mesmo muito provável que a focasse. Vejo a Baía do Seixal como um dos cartões de visita do Seixal.
É ainda nas imediações das suas margens que muitos seixalenses vivem, trabalham, praticam desporto ou simplesmente desfrutam do seu tempo de lazer para descansar ou passear. 

Dessa forma os casos de descargas de esgotos não tratados na Baía do Seixal que ocorreram em Janeiro são naturalmente fonte de preocupação. Com o sistema de saneamento a funcionar não há descargas de águas residuais; mas quando há problemas, e tal não é inédito, voltamos a este método. Ou seja, volta e meia, pimba!

Não há mistério nem fórmulas mágicas, há trabalho por fazer! E da manutenção da rede de saneamento à criação de sistemas redundantes que permitam fazer frente a soluções problemáticas importa garantir o erradicar destas descargas na nossa Baía.


Porque no PS temos esta preocupação, neste mesmo âmbito apresentei pela nossa bancada na 1ªSessão Extraordinária de 2019 da Assembleia Municipal do Seixal o documento (moção) seguinte:
 , 


É de assinalar que a moção foi aprovada com: 
- Votos a favor: PS, PSD, PAN, CDS e Sr. Pres. Junta de Fernão Ferro; 
- Abstenção: CDU, BE;
 (sem votos contra)

Ora, como já disse e refere o documento, há aqui mesmo trabalho para fazer... Mãos à obra Sr. Presidente e membros do executivo?



Prefiro a coisa “arrumadinha”


Quem passa nas ruas da nossa capital, porventura já se terá cruzado com os cartazes de um novo partido de direita que se vem colocar à direita dos actuais CDS e PSD: o CHEGA que tem como figura de maior destaque André Ventura, antigo militante social-democrata e candidato pelo PSD á Camara Municipal de Loures em 2017. A nível nacional o agora ex-militante social-democrata tornou-se conhecido pelas suas posições extremadas e pelo adoptar agora deste caminho.

Aqui, tenho a dizer que contrariamente a muitas opiniões que oiço entendo a criação deste movimento como positiva. Não quero ser mal interpretado, não se trata do meu partido ou um posicionamento no espectro partidário em que costume votar, tão-somente simplesmente venho assinalar que este senhor militava –e notoriamente com algum destaque- num dos partidos que costuma ser partido de governo em Portugal: o PSD.

Novamente sinto necessidade de esclarecer para não ser mal-entendido: não estou a generalizar, nem a atacar o PSD ou a generalidade dos seus militantes que aqui acabam por “aparecer na foto” sem qualquer tipo de culpa. Aqui é também de notar que a nossa historia recente nos revela que no Portugal democrático há muito mais gente a rever-se naquilo que o PSD defende, do que nas bandeiras do CHEGA... E aqui a questão é essa: se é fácil distinguir o que uns e outros defendem, o Sr. André Ventura confundiu-se? É que à direita já havia um CDS e já havia um PNR.

O que se passa é que quando alguém se quer tornar militante de um partido politico é lhe dada uma ficha de militância e não um teste; ou seja, na prática nada impede que alguém se filie no partido “do lado” ou até “da outra ponta”; e nenhum partido está imune a isso. Se a estas “confusões” juntarmos a habitual truculência da vida interna dos partidos (sim, é verdade: “ç'est pas la vie en rose”)… até onde pode ir um (ou vários) elemento(s) deslocado(s)?   Percebe o leitor agora o que digo, e o perigo de certas “confusões”?

Não se devem cair em exageros, compreendo e até vejo como saudáveis divergências de opinião entre pessoas intelectualmente honestas, compreendo igualmente que as pessoas no tempo mudem de opinião e portanto de posição sobre as matérias (e ás vezes de partidos), e ninguém quer (ou pelo menos eu), que os militantes sejam meros elementos seguidistas e transformados em rebanhos de “yes-men”... agora vamos ser claros: o PSD não é o CDS, da mesma forma que nenhum dos 2 é o PNR ou o CHEGA do Sr. André Ventura. Da mesma forma o PS não é o BE nem o PCP. As identidades de cada partido são fáceis de identificar. 
Diálogo entre todos: sim é positivo, mas confusões identitárias NÃO!

De birra...?

Via imprensa ou via redes sociais, provavelmente o(a) leitor(a) já terá tido conhecimento que a Câmara Municipal do Seixal (CMS) continua sem orçamento aprovado para o ano de 2019. Ora tal cenário não será inédito – há casos de Câmaras em  que em virtude da divergência de opiniões, efectivamente não se chega a acordo para aprovação do orçamento, contudo observando a cronologia, o comportamento do presidente/partido no poder é pelo menos estranho, é que nem estamos a falar de não se chegar a consenso, mas da fuga ao diálogo e da recusa em negociar.

Mas, afim de ser mais explicativo vou recordar a cronologia:
  • pelos últimos meses do ano passado o executivo elaborou uma proposta de orçamento para 2019. Havendo 2 órgãos municipais (Câmara e Assembleia), como é de lei o documento foi votado primeiramente na Câmara, onde foi aprovado com votos contra do PS, abstenção do BE, e votos a favor da CDU e do Vereador do PSD – este último contra a indicação de voto que lhe havia sido indicada pelo respectivo partido. Se o documento passou, ficou a dúvida se em Assembleia passaria, sobretudo pelos posicionamentos que se desenhavam;  
Sobre este documento:
Sem sequer falar nas propostas do PS (aliás bem conhecidas) é interessante falar sobre o imobilismo e o sistemático adiar de obra com falhar de promessas pela gestão PCP/CDU;  é que a coerência em política é uma virtude admirável, mas o documento – na mesma linha dos anteriores orçamentos não era revelador de coerência mas de imobilismo - na prática estes sucessivos documentos são marcados por promessas que se eternizam sem concretização.  Se falássemos de pilhas era óptimo "dura, dura e dura" mas são investimentos e obras, "demoram, tardam, faltam". 
Um orçamento e Grandes Opções do Plano para um ano não é o relatório e contas do anterior, contudo é um documento que aloca verbas que efectivamente se têm e/ou vão receber a despesas que efectivamente se têm e/ou vão contrair; não é um vaga declaração de intenções sem necessidade de ser cumprida. Quanto aos números, e fazendo a ponte com o que se anunciava no passado... vamos ver alguns exemplos concretos:- Para a construção das piscinas na Aldeia de Paio Pires anunciava-se em 2018 nos investimentos plurianuais 1,5 milhões de euros  em 2019... vemos agora em orçamento  800mil euros.- Para o estádio da Medideira anunciava-se em 2018 nos investimentos plurianuais  1 Milhão de euros  em 2019... vemos agora em orçamento  5mil euros - não é mesmo intenção fazer.- Para o novo Pavilhão em Fernão Ferro anunciavam-se 50 mil euros em 2019, vemos agora em orçamento  5mil euros.- Para a 2ªfase do Parque Urbano do Seixal estavam previstos 200 mil euros, agora na proposta eram mil euros.
Há mais casos mas termino com um exemplo do que é demonstrativo do (e sublinho a ironia) “brilhantismo da gestão PCP/CDU que leva a superavit’s”: 
Para o complexo desportivo do clube Associativo de Santa Marta do Pinhal anunciavam-se em 2018 529mil euros para execução nesse ano; como não se construiu passaram a constar nos investimentos plurianuais para 2019 229/230 mil euros e para 2020 350 mil euros (e isto claro sem a garantia de se ir cumprir)... ora, o anunciado superavit de 2018, é supostamente um acto de boa gestão? 
Confesso, era já este tipo de coisa que esperava quando escrevi isto (link)… como diz o povo "gato escaldado"… 
Bem entendido: o PS votou contra!
  • dado o chumbo, diria que seria de censo comum começar – necessariamente pela mão do presidente que tem efectivamente esse poder e responsabilidade – um processo negocial com os diferentes grupos de eleitos afim de chegar a uma nova proposta de orçamento… mas esse processo negocial, ou os contactos para o mesmo, não aconteceram;
  • na 2ª  quinzena de Dezembro de 2018 os 2 vereadores do PS que tinham tido durante o 1ºano de mandato responsabilidades governativas na CMS (pelouros) eram exonerados, ou seja foram-lhes retiradas essas responsabilidades pelo Presidente da CMS (é o Presidente que atribui ou não este tipo de responsabilidades).  No âmbito da exoneração houve ainda a tentativa de não imputar a razão da mesma ao sentido de voto no Orçamento, e a tentativa de atacar os vereadores do PS.  Contudo aqui digo eu, diz o PS, e diz quem estará de boa fé e minimamente a par do processo, que exoneração era tão somente uma represália pelo voto contra o orçamento. Ainda antes do final do ano é tornada pública a cisão entre o PSD e o seu vereador que havia votado favoravelmente a proposta de orçamento - este vereador exerce desde essa altura como independente.
  • a 27/12/2018 era recebida nos serviços da Assembleia Municipal uma carta assinada pelos grupos de eleitos que haviam votado contra a proposta de orçamento. Nesta carta mostravam por um lado estranheza pela falta de contactos e por outro mostravam a sua disponibilidade para um processo negocial para elaborar uma proposta orçamento que fosse viável, partilho aqui a digitalização da mesma:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2045968285625557&set=a.1462447880644270&type=3&theater



  • a 24/01/2019 realizou-se a 1ª SE de 2019 da Assembleia, sem orçamento, sem proposta e sem processo negocial
  • Hoje é dia (28/01/2019), ou seja passaram 2 meses do chumbo em Assembleia e o PCP/CDU não só não avançou para tentar gerar consensos como ainda se afastou os elementos da oposição com que trabalhava e mantém ligação ao respectivo partido (os 2 vereadores do PS, pois o eleito pelo PSD tem hoje outro posicionamento).

Aqui entre nós…
Os resultados eleitorais ditaram uma maioria relativa para o PCP/CDU; será algo de extraordinário negociar com a oposição?
Era suposto os eleitos da oposição serem obrigados a votar favoravelmente uma proposta com que não concordam?
...A recusa em encetar um processo negocial… Efectivamente o PCP/CDU, tem algumas dificuldades com a vivência em democracia não tem?

Um programa para recolha de antenas

Sinal dos tempos, hoje em dia é muito comum que as pessoas optem por ter em casa um serviço de televisão que lhes chega num serviço (pago) prestado por privados, e que lhes chega por cabo e não por via de radiodifusão.

Esta opção é individual, ou seja é plenamente aceitável querer contratualizar este serviço; agora esta realidade traz-nos o efeito secundário de os equipamentos anteriormente usados, e mais concretamente as antenas colocadas nos telhados dos prédios, deixarem de ter utilidade.
Contudo verifica-se que em muitos casos apesar de já não serem usados estes equipamentos se mantém–simplesmente dá mais trabalho tirar a antena que deixa-la lá.

Assim, parece-me(nos) que a Câmara poderia elaborar um programa (com expensas totais ou parciais a suportar pela autarquia) que visasse a remoção  das referidas antenas, e a que os proprietários interessados poderiam recorrer.
Este programa permitiria assim qualificar e melhorar o espaço público ao mesmo tempo que se evita a degradação dos edifícios, ou em casos extremos a queda dos equipamentos para a via pública – diga-se que uma possível variante desta solução foi aliás adoptada em Setúbal.


Neste âmbito, apresentei, ainda no ano passado, pela bancada do PS uma moção recomendando a criação de um programa nesse sentido, que aqui partilho:


Esta moção foi mesmo aprovada com:
- Votos a favor: PS, CDU, PSD, CDS, PAN e Sr. Pres.Junta de Fernão Ferro;
- Abstenção: BE; 
(sem votos contra)

Paradoxalmente (porque até votaram a favor), esta é (mais uma) uma recomendação da Assembleia Municipal que o executivo ainda não adoptou/colocou em prática. Estamos à espera do quê?

De olhos postos no futuro

Nos últimos dias de 2018, e seguindo o protocolo previamente assinado e sobre o qual poderá saber/recordar mais aqui (click),  iniciou-se a 1ª fase do processo de realojamento das famílias residentes em Vale de Chícharos (Bairro da Jamaica) - o edifício cujos residentes foram realojadas está a ser agora demolido (ver imagem).

Ora se apenas por si esta notícia encerra uma excelente novidade não apenas para os residentes mas para os seixalenses em geral, o nosso 1º ministro António Costa, que cá veio pela cerimónia oficial trouxe-nos ainda mais informações apontando ou re-apontando projectos que já se anunciavam e/ou até já estão a ser desenvolvidos: concretamente o Hospital do Seixal e a ponte rodoviária Seixal-Barreiro; em vídeo:







*adenda posterior -2019/01/09

Os processos evoluem no tempo, e após a publicação deste texto foi decretada e noticiada a impugnação do processo de demolição (- resultado de mais uma "pérola" das gestões comunistas do nosso concelho ao longo dos anos).

Dada a actualidade do tema, pareceu-me pois premente esta adenda.
Pode obter mais informação em:



o PS resolve!




Como é do post linkado foi autorizada a excepção ao regime geral para que a CMS possa contrair um empréstimo que permitirá adquirir o edifício onde funcionam os seus Serviços Centrais.

Agora, vou apenas recordar a cronologia:
  • desde o inicio o PS apoiou a iniciativa de se arranjar um edifício em que os serviços da CMS ficassem centralizados - é de recordar que anteriormente estavam dispersos em diferentes lojas no Seixal;
  • desde que se começaram a saber os contornos do negócio - que se acabou mesmo por concretizar - que o PS sempre criticou o mesmo, denunciando o quão ruinoso este contrato era (é);
  • durante anos o PS criticou a CDU no Seixal por manter este contrato gravemente lesivo aos interesses do município – evidenciámos até este aspecto em diferentes panfletos e jornais de campanha;
  • foi apenas após ser alvo de repreensão pelo tribunal de contas que a CMS avançou para o processo negocial que visava a compra do edifício;
  • é com o governo do PS que agora se abre espaço para “estancar a hemorragia” das rendas milionárias, com a previsão da excepção que vai permitir à CMS contrair um empréstimo num valor suficientemente alto para adquirir o edifício;

Posto isto, e apesar do contentamento pelo “estancar da hemorragia”, fica um lamento: 
o contrato celebrado foi (é) ruinoso,  pagaram-se milhões em rendas excessivas, e mesmo a compra do edifício se fará agora, após negociação, por um valor bem abaixo daquele que era o valor da opção de compra prevista no referido contrato -  isto não é porque se faça agora um grande negócio pois o valor continua a ser alto, a margem de negociação, face ao comprometido anteriormente, é que é "curta".


Direitos Humanos


Tipicamente olhamos a história como processo acabado, definido. A realidade mostra-nos contudo uma sociedade em constante mutação. As alterações podem ser ou partir de origens sociais, culturais, militares, ideologia política ou ainda outra qualquer. As alterações são constantes e pensar que daqui a algumas décadas ou séculos a nossa sociedade apenas evoluirá no que respeita a tecnologia será pelo menos redutor e um contra-senso face ao que o passado nos revela.

Ora, exactamente porque como sociedade evoluímos, entendo que faz sentido definir referências mundialmente conhecidas que definem e/ou representam os princípios ou regras que ambicionamos que todos sigam – é assim que entendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Hoje, 10 de Dezembro de 2018 celebram-se exactamente os 70 anos da adopção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, e os 20 anos da deliberação da nossa Assembleia da República que definiu o dia 10 de Dezembro como o “Dia Nacional dos Direitos Humanos”. Recentemente (no passado 9 de Novembro) comemorámos também os 40 anos da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

No Seixal assinalámos igualmente a data, com uma moção que apresentei pela bancada do PS na Assembleia Municipal do Seixal na passada 7ª Sessão Extraordinária, e que foi aprovada por unanimidade (têm assento na Assembleia Municipal do Seixal PS, CDU, PSD, BE, CDS, PAN e o Sr. Pres.Junta de Fernão Ferro), o documento foi o seguinte:




Não posso terminar sem referir aquela que, no âmbito nacional e comprovadamente não só; será a meu ver próxima grande conquista no que concerne a direitos humanos: o fim da troca de bebés.
Diz-se que o caminho se faz caminhando, fará sentido lembrar/definir bem a direcção em que queremos caminhar.

Abril - PREC- Novembro


Por conforto e por ser mais prático, comemoramos em feriados civis de 1 só dia as datas mais relevantes do nosso país. Na realidade, uma leitura de qualquer livro de história nos mostrará processos morosos, que têm avanços e que têm recuos. É dessa forma que, nascido após estes eventos,   entendo as referências históricas de Abril e Novembro.

Os anos da instalação da democracia em Portugal não foram “mares de navegação fácil” e tivemos a sorte de ter bons marinheiros e que nos conduziram a bom porto.  Do corrupio de acontecimentos, e de forma sucinta é realçar que:

  • Num par de anos tivemos em Portugal 2 levantamentos militares (em 25 de Abril de 74 e em 25 de Novembro de 75) e são saímos de nenhum deles para uma ditadura militar. Dito assim parece coisa pouca, não é! Este facto é sim algo que nos deve encher de orgulho nas nossas forças armadas.
  • Entre estes 2 levantamentos militares houve muita agitação politica, houve turbulência, houve excessos, houve ilegalidades. Há também a acusação mais grave que houve aqueles que tentaram levar Portugal para um outro tipo de ditadura, e houve até juramentos de bandeira a novos recrutas militares… O que será pelo menos de estranhar, dado Portugal ser à data um potência colonial com um exército numeroso (mas afinal…para que se querem militares?). O feriado é só em Abril, mas ambos estes levantamentos militares foram importantes na definição da nossa democracia – se celebramos Abril, é importante lembrar (e celebrar) Novembro;
  • Sobre a aceitação pela população destes levantamentos militares e seu resultado será de realçar que: 
  1. ainda hoje celebramos (com franca aceitação do povo português) a 1º – 25 de Abril de 74
  2. nas primeiras eleições presidenciais após ambos os movimentos militares foi eleito, já em 1976, Presidente da República uma das figuras do 25 de Novembro, o General Ramalho Eanes (aproveito para lembrar: eleito em 76 e re-eleito na eleição seguinte, nos 2 momentos com o apoio do PS).

    • Que hoje Portugal vive numa república democrática, e mais, de uma democracia consolidada em que há de facto diferentes partidos que defendem coisas diferentes e entre os quais os Portugueses podem escolher. É também possível criar novos partidos mediante alguns mínimos requisitos legais.

    No fim das contas, os motivos de orgulho nos nossos militares são muitos,  e muito grandes.

    Viva o 25 de Abril.
    Viva o 25 de Novembro.
    Viva Portugal.



    **Na foto duas figuras emblemáticas: Salgueiro Maia (entretanto falecido), provavelmente o mais famoso dos capitães de Abril que nos trouxeram a democracia, e Ramalho Eanes um dos líderes militares que garantiram que a mesma era preservada.



    ... bom senso?!?

    Entendo que a Câmara Municipal do Seixal (CMS), como qualquer Câmara Municipal pode e deve estabelecer boas parcerias com qualquer entidade que se instale ou pretenda instalar nos limites do Concelho e nos possa trazer mais-valias.
    Naturalmente, entendo igualmente que há limites, e na gestão do que por um lado se pode, e por outro lado do que se deve fazer; a melhor medida a aplicar é uma que é fácil de entender e difícil de explicar: bom senso.
    Na CMS esta medida nem sempre é aplicada.

    No final do passado mês de Maio a CMS  acordou a cedência de alguns edifícios na Mundet, em regime de comodato, à CGTP-IN para a instalação do “Espaço Memória” da Intersindical – tal foi aliás noticiado e publicado online (veja aqui); mas concisamente quais os contornos do acordo?
    Fica o convite para a consulta do documento (abaixo, na página 1 o requerimento para obtenção do documento, na página 2 a carta de comunicação Assembleia Municipal/Câmara, e da página 3 a 6 o referido protocolo):


    Portanto, a Câmara cede em comodato um conjunto de edifícios, que se situam numa zona em que está a ser feito um investimento apreciável e dessa forma se esta a constituir um espaço valorizado; e como os edifícios não estão em condições ainda suporta a "fatia de leão" dos custos das obras necessárias para a sua utilização (fica a cargo da intersindical obras interiores, ou seja pequenos ajustes para adequar o funcionamento do espaço à utilidade).

    Agora, vamos analisar isto: o “Espaço Memoria” nem é a sede da CGTP-IN, será o espaço onde se vai guardar o arquivo-morto; poderíamos argumentar sobre um potencial museológico, mas francamente não me parece que haja interesse da população neste tipo de oferta. Numa visão mais realista: a CGTP-IN podia instalar-se no concelho, mas garantindo as instalações a expensas suas (ou se arranjasse quem lhas oferecesse), e nunca naquela zona em particular, pois o tipo de instalação fica desenquadrado face ao que está planeado e está a ser realizado na envolvente. 
    Agora... Não só se cedem edifícios num espaço nobre, como ainda temos de ser nós (munícipes do Seixal) a pagar?

    Termino referindo que nada me move contra a CGTP-IN ou qualquer outra Central Sindical ou outro sindicato em particular, agora entre nada me mover contra uma entidade em especifico e oferecer em comodato um conjunto de edifícios em zona nobre, tendo ainda e suportar os custos das obras nos mesmos, vai uma diferença grande… 
    Aliás na realidade, eu compreendo mesmo é a CGTP-IN, afinal de contas, acredito que seja óptimo ter quem nos ofereça este tipo de acordo.

    As piscinas na Aldeia de Paio Pires

    Quem vai acompanhando este blog já terá lido desabafos meus acerca das promessas CDU no Seixal… São tantas vezes adiadas que dá para reutilizar como propostas em eleições autárquicas consecutivas. 

    Sobram casos e exemplos, uns mais simbólicos que outros. Nalguns casos – como aquele que focarei agora – casos de obras que chegaram a ter empréstimo programado e contraído; ou seja em que o dinheiro chegou mesmo a entrar nos cofres camarários, mas a obra (até hoje) não havia sido realizada – sobre estes casos aconselho este texto (click).

    Contudo desta vez temos uma boa notícia, embora com alguns predicados menos positivos, diria que ainda assim uma boa notícia: é que desta vez - e sim, 10 anos após o empréstimo, de sucessivos adiamentos e de mais de uma eleição autárquica pelo meio - se está mesmo a avançar com as piscinas na Aldeia de Paio Pires, ou seja vão ser uma realidade! Finalmente!

    Ora, perguntar-se-á o leitor porque referia a existência de predicados menos positivos, ora o que se passa é que a Federação Internacional de Natação (FINA) define um conjunto de dimensões mínimas que uma piscina deve ter para uso na prática desportiva de natação, mormente no que concerne no uso para competição e homologação de recordes - acontece que estas medidas não estão a ser tidas em conta na piscina que se está a construir.
    Poderia ser o caso de ser engano, mas quando questionados os eleitos da CDU, o Presidente da Câmara esclareceu que a construção da piscina sem as medidas especificadas pela FINA era uma opção política do executivo.

    Vou ser aqui claro: discordo em absoluto desta opção.
    E exactamente no mesmo sentido a Assembleia Municipal do Seixal até aprovou uma recomendação no sentido de se terem em conta as definições da FINA no projecto da piscina. 

    Pessoalmente entendo que dado o esforço (sobretudo financeiro) de realizar um investimento deve haver a preocupação de o fazer bem, e portanto com todas as valências - mesmo o custo adicional sería plenamente justificável dada a utilidade (sendo aqui de referir que a Câmara nem está hoje com problemas orçamentais).

    Deve ser no momento da gestão deste (ou outro) equipamento que se escolhe o uso a dar ao mesmo, nomeadamente no que diz respeito ao receber (ou não) qualquer competição – não há qualquer obrigação associada ao investimento. Aliás esta opção é até incoerente; pois por iniciativa das mais diferentes forças políticas, é até usual que os órgãos autárquicos oficialmente saúdem atletas do concelho que conseguem singrar a nível distrital, nacional ou internacional... Então estas provas não terão sempre de se realizar em algum lado?

    Não é que o equipamento não vá ser usado, acaba por  sê-lo e por se tornar uma mais-valia para a população; agora ficava melhor com mais um bocadinho…
    (ou e passo-a-expressão como diz o outro “era só mais um danoninho…”)


    Algo "sempre bom", deve se feito "de vez em quando" ou "sempre que possível"?


    Algo "sempre bom", deve se feito "de vez em quando" ou "sempre que possível"?

    O Seixal tem marcadamente um movimento associativo desportivo muito dinâmico e cujas actividades enriquecem o dia-a-dia do concelho. Seixalíadas, Jogos do Seixal, Agita Seixal... faz sentido aproveitar o que de bom se faz por cá.


    Aqui, pretendo desta vez centrar-me nos eventos do “Agita Seixal” – consegue o(a) leitor(a) entender o critério de calendarização dos mesmos?


    No PS entendemos que a realização de eventos desportivos abertos à população com animação, aulas grátis, disponibilização de insufláveis para os mais novos, e etc, nas manhãs de fim-de-semana pelo concelho como algo “sempre bom”. 
    Adicionalmente, considerando por um lado que os insufláveis já existem (ou facilmente se adquirem novos), que o movimento associativo contempla um conjunto alargado de associações que facilmente se poderiam revezar em actividades periódicas, e ainda que por exemplo, nem teria um custo tão grande ao município pagar a um(a) professor(a) (por exemplo de zumba) para dar umas aulas abertas ao ar livre; entendemos que facilmente se poderia ter uma calendarização “de verão” (porque o clima o facilita) mais fixa e mais abrangente – concretamente apontando a (pelo menos) 1 evento semanal, por freguesia.

    Afinal, porquê privar a população do Seixal de uma mais-valia tão facilmente ao alcance da Câmara?

    Em Maio deste ano o PS chamou a atenção para esta oportunidade e eu próprio, pela nossa bancada, apresentei na Assembleia Municipal do Seixal uma recomendação nesse mesmo sentido (na 3ªSessão Extraordinária de 2018, em 08/05/2018), que hoje o(a) convido a ler:

     

    O documento foi aliás aprovado com: 
    - Votos a favor: PS, PSD , BE, CDS e PAN; 
    - Abstenção: CDU, BE e o Sr. Pres.Junta de Fernão Ferro; 
    - não se registaram votos contra;


    Contudo, e agora que estamos no final de Setembro é fácil olhar para trás, e verificar que se  ficou bastante aquém da meta definida - o tal 1 evento por semana por freguesia.
    Entendemos que o Seixal e a sua população merecem melhor... E há oportunidades que se devem aproveitar...

    Continuaremos a trabalhar, continuaremos a reivindicar.