As piscinas na Aldeia de Paio Pires

Quem vai acompanhando este blog já terá lido desabafos meus acerca das promessas CDU no Seixal… São tantas vezes adiadas que dá para reutilizar como propostas em eleições autárquicas consecutivas. 

Sobram casos e exemplos, uns mais simbólicos que outros. Nalguns casos – como aquele que focarei agora – casos de obras que chegaram a ter empréstimo programado e contraído; ou seja em que o dinheiro chegou mesmo a entrar nos cofres camarários, mas a obra (até hoje) não havia sido realizada – sobre estes casos aconselho este texto (click).

Contudo desta vez temos uma boa notícia, embora com alguns predicados menos positivos, diria que ainda assim uma boa notícia: é que desta vez - e sim, 10 anos após o empréstimo, de sucessivos adiamentos e de mais de uma eleição autárquica pelo meio - se está mesmo a avançar com as piscinas na Aldeia de Paio Pires, ou seja vão ser uma realidade! Finalmente!

Ora, perguntar-se-á o leitor porque referia a existência de predicados menos positivos, ora o que se passa é que a Federação Internacional de Natação (FINA) define um conjunto de dimensões mínimas que uma piscina deve ter para uso na prática desportiva de natação, mormente no que concerne no uso para competição e homologação de recordes - acontece que estas medidas não estão a ser tidas em conta na piscina que se está a construir.
Poderia ser o caso de ser engano, mas quando questionados os eleitos da CDU, o Presidente da Câmara esclareceu que a construção da piscina sem as medidas especificadas pela FINA era uma opção política do executivo.

Vou ser aqui claro: discordo em absoluto desta opção.
E exactamente no mesmo sentido a Assembleia Municipal do Seixal até aprovou uma recomendação no sentido de se terem em conta as definições da FINA no projecto da piscina. 

Pessoalmente entendo que dado o esforço (sobretudo financeiro) de realizar um investimento deve haver a preocupação de o fazer bem, e portanto com todas as valências - mesmo o custo adicional sería plenamente justificável dada a utilidade (sendo aqui de referir que a Câmara nem está hoje com problemas orçamentais).

Deve ser no momento da gestão deste (ou outro) equipamento que se escolhe o uso a dar ao mesmo, nomeadamente no que diz respeito ao receber (ou não) qualquer competição – não há qualquer obrigação associada ao investimento. Aliás esta opção é até incoerente; pois por iniciativa das mais diferentes forças políticas, é até usual que os órgãos autárquicos oficialmente saúdem atletas do concelho que conseguem singrar a nível distrital, nacional ou internacional... Então estas provas não terão sempre de se realizar em algum lado?

Não é que o equipamento não vá ser usado, acaba por  sê-lo e por se tornar uma mais-valia para a população; agora ficava melhor com mais um bocadinho…
(ou e passo-a-expressão como diz o outro “era só mais um danoninho…”)


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