Não Troquem Os Nossos Bebés

Não porque procurasse, mas porque com essa realidade me deparei, tomei conhecimento da realidade de trocas de bebés em Portugal, por agentes das "secretas" portuguesas.
Porque uma coisa leva à outra, coordeno desde 30/08 uma (nova) ONG - a 'Não Troquem Os Nossos Bebés', entidade que disponibiliza conteúdos online, mais precisamente

no site/blog: https://NaoTroquemOsNossosBebes.blogspot.com
no facebook: https://www.facebook.com/NaoTroquemOsNossosBebes

Vale a pena usar algum tempo a ler e a perceber esta temática, pelo que aconselho a visita aos links referidos.

Porque ao(à) leitor(a) deste texto provavelmente ocorrerão as mesmas questões que a mim me ocorreram pela altura em que me apercebi, será de esclarecer alguns pontos:


1. Sobre os autores destas ações
A tendência é chamar "secretas" a tudo que extravasa da genérica ação policial; na realidade e porque vemos referências a estas estruturas na comunicação social, podemos destacar, por exemplo o SIS ou o SIED enquanto organismos das "secretas portuguesas" - porque estes organismos terão diversos departamentos, subdivisões e etc; e porque a informação deste tipo de ação não advém de fugas de informação das estruturas, mas das visíveis e evidentes consequências das ações perpetuadas pelas mesmas (e como os agentes não se identificam no momento) é impossível, perante uma ação, apontar o departamento e subdivisão que atuou. Contudo o tipo de poder e autoridade exercido é inequívoco.
O local e alvo das ações também: Portugal e cidadãos portugueses sem ações hostis ao estado português (realizadas ou planeadas), ou sequer sobre a alçada de qualquer represália do "nosso" poder judicial.


2. Sobre a autoridade exercida
É bom esclarecer: a polícia e tribunais são "braços" do poder judicial, contudo há mesmo instancias superiores a que têm de responder. Dessa hierarquia é demonstrativa, por exemplo:

  • o conceito de imunidade diplomática - que entrou no vocabulário do dia-a-dia dos portugueses após o caso das agressões dos filho do embaixador iraniano a um jovem Ponte de Sor, e a impassibilidade da policia e tribunais em os fazer responder por seus atos
  • o conceder de perdões presidenciais, quando sua Excelência o Presidente da República assim o entende, a condenados pelos tribunais portugueses.

Simplesmente há poderes menos publicitados, e que são hierarquicamente superiores àqueles aos com os quais habitualmente lidamos.


3.Sobre um Estado Castigador vs um Estado Abusador
Exatamente porque estamos habituados a ver atuar e a responder perante o poder judicial, quando não está em causa um qualquer abuso de poder dos(as) agente(s), a nossa tendência é olhar com desconfiança para quem se queixa de ser vitima das ações de agentes do estado (afinal de contas há leis).
Ora, acontece que como referido (e regra geral passa-nos ao lado) há poderes que são superiores aos judicial, e dessa forma as suas ações não respondem à leis aprovadas na nossa Assembleia da República.
Partir do princípio todas as ações são mais ou menos justas só pelo autor, será precipitado.
Dizer que um estado nunca é abusivo será desmentir alguns capítulos da nossa história, afinal não houve em Portugal escravatura? perseguições religiosas e autos de fé pela santa inquisição? Antes de Abril de 1974 não houve perseguições políticas e torturas?
Pela europa fora, e no mundo, não é reconhecida na história da civilização a existência de práticas como canibalismo, “prima nocte” ou do apartheid?
Creio que hoje estamos perante de uma prática deste género.


Porque, em boa medida, o seu objetivo é informar, aconselho então a leitura do Manual de Apresentação da 'Não Troquem Os Nossos Bebés': 

Manual Apresentação - 'Não Troquem Os Nossos Bebés"   


Para terminar, parece-me ajustado terminar com a possível resposta a uma pergunta que vejo repetir - trocam bebés para quê?
Para ter conhecimento, de facto, das razões, teria de haver fuga de informação - presumo que seria até perigoso. Sem conhecimento, de facto, enumerar possibilidades seria especular (e portanto um procedimento pouco exato).

Como principio, resta enunciar o óbvio: dependendo da escala de valores e prioridades de cada um, a família costuma vir no topo das prioridades. 
Pessoalmente, e penso de ser o caso da generalidade dos portugueses; sou obrigado a obedecer ás autoridades do país, mas discordo em absoluto deste procedimento - e vivendo nós numa república democrática; em que somos nós, enquanto eleitores, que escolhemos quem manda nestas estruturas e organismos – o mais alto dignatário da nação é o Presidente da República, parece-me absurdo que se continue a trocar bebés a cidadãos portugueses, em Portugal.

É preciso terminar com esta prática!


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