Derrotas pírricas...


É muito usual no nosso dia-a-dia o uso da expressão “vitória pírrica (click)”, mas este texto tem a ver com outra que decidi usar hoje – “derrota pírrica”, uma derrota que não só tem um custo elevado, como não é de todo uma vitória mas exatamente isso: uma derrota.

Começaria por dizer que não me revejo na forma menos simpática como quer o nosso 1º ministro quer o nosso presidente da república se referiram à Grécia. A forma como a cultura e a história do povo grego influenciaram as de toda a humanidade é motivo da maior admiração; contudo, o que o povo grego quer é do mais óbvio e simples possível: quer viver tão bem quanto possível – não o queremos nós também?

É impossível determinar com precisão o que pensam no mesmo momento milhões de pessoas, ainda assim, o que conhecemos da resposta das populações aos fenómenos mediáticos, induzem-nos a pensar  que ao apontar um cenário idílico (e utópico) com um discurso atraente e apelativo o Syriza conseguiu “pintar” as opções de outra forma aos olhos dos gregos – a pergunta impõe-se: vemos a realidade, ou vemos o que queremos ver?
Pessoalmente? Bem…
“não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí…”

No passado recente a visão do Syriza venceu... já se vêm os resultados?

Viver melhor é isso?

Bem, porque é impossível não olhar e pensar na nossa realidade, António Costa, que espero ser o próximo 1º ministro de Portugal, veio fazer claramente a distinção de opções, referindo a situação grega como:

    
A afirmação de uma esquerda com preocupações sociais, mas suficientemente responsável para não cair em situações como a atual na Grécia, é aliás um dos maiores marcos da história do PS.

E penso que ninguém duvida que há diferenças se, citando novamente António Costa:
"em vez de sentar o Dr. Pedro Passos Coelho, se sentar o líder do PS e defender em Bruxelas uma política diferente daquela política que a direita defende".


Aproveitava para lembrar as palavras (e o apelo) do presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker relativamente à situação na Grécia:
"Não é por ter medo da morte que temos de cometer suicídio"

Também para os gregos há saídas; também para os gregos há abertura para negociar.

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