Há argumentos que não se usam



Chamemos lhe o que quisermos, mas o nível da discussão política não pode não deve baixar um nível mínimo de exigência; episódios destes são deselegantes (e nem me agrada linka-los); pois recorrem a uma particularização excessiva e ao conhecimento de dados íntimos da vida pessoal de alguém, para argumentar contra uma suposta posição da pessoa, sem a mesma ter tornado públicos esses dados nem assumido pessoalmente a referida posição...


Para o que de facto devia ser focado – a posição política - vou tentar resumir 2 constatações óbvias:

- Os partidos políticos são compostos por militantes com uma matriz ideológica e que se revêm num conjunto de opções que sendo coincidente/semelhante não é igual, ou seja, em alguns temas há de facto divergências, ora a consequência óbvia e direta é a falta de unanimismo, e que todos sem exceção votem algumas posições que internamente perdem votações e outras que as ganham. Este facto aliado à disciplina de voto tem a consequência óbvia e inevitável que, por vezes, os eleitos acabam por ter de votar contra a sua opinião pessoal (vencida em discussão interna do partido) – o caso nem é novo, lembrar-se-á certamente de casos e votações mais mediáticas; contudo não é assim tão invulgar;

- Determinado(a) eleito(a) recusar votar propostas em que tem interesse direto parece me uma posição não só completamente defensável como a mais adequada; a atribuição de um mandato é uma atribuição de poder, usa-lo mal (atenção que mesmo com interesse próprio no caso usar esse “poder” não implica necessariamente estar dar lhe mau uso) ou usa-lo para proveito próprio é que é/seria apenas prova do não-merecimento do mesmo;


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