Acerca da privatização dos CTT





A foto acima é do envelope de uma carta que muitos de nós fomos recebendo em sequência da privatização dos CTT (com entrada hoje em bolsa); pessoalmente, confesso, num processo que me deixa algum desânimo.

Todo este processo, no meu entender, assenta sobre 2 erros claros:

Por um lado trata se da privatização de uma espécie de monopólio (criado artificialmente, mas ainda assim um monopólio); a verdade é que simplesmente não é previsível a entrada no mercado de um concorrente direto com capacidade de oferecer serviços semelhantes... Convenhamos, não há muitas entidades com a disponibilidade de ter lojas/estações pelas diferentes localidades a oferecer serviços como o levantamento de reformas ou pagamento de contas

Por outro lado, este caso assume-se como um exemplo do que me parece ser o paradigma errado nas privatizações em Portugal: o cerne da preocupação que deveria ser para aqueles a quem é prestado o serviço, recai não nestes, mas sim em quem faz o investimento.
Olhando a atividade mais recente da empresa vemos o promover de uma redução na qualidade de serviço – encerramento de estações, com vista a aumentar o lucro, promovendo o negócio aos olhos de potenciais investidores… mas isto não deveria ser ao contrário?

Quer dizer, não se deveria sim ter a preocupação em contratualizar a obrigação de garantir a qualidade do serviço prestado?

Compreendo que o memorando da Troika obriga a ceder em alguns pontos, em processo negocial são poucas as vitórias absolutas e a situação do país (diria que aliada à visão menos flexível de alguns) obrigou a que se recorresse a ajuda externa; contudo em termos de implementação há que aproveitar (a pouca) margem que se tenha, e tal parece me não foi de todo feito.


Para variar, que tal olhar para a parte fraca?  

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