“Dar pérolas a porcos”
e/ou a expressão
“Para quem é bacalhau basta”
?
Ambas são usadas usualmente em registos mais ou menos descontraídos
e ambas focam o oferecer ou proporcionar algo (um bem, um serviço ou outro) com
melhor ou pior qualidade do que aquilo que é adequado ou mesmo merecido a quem
tal é proporcionado, ou ao momento em que é feita a referida atribuição. Em ambas
as expressões há um certo tom negativo.
Após esta breve introdução passo ao objecto-alvo deste
texto.
Na Amora, na Rua Sociedade Filarmónica Operária Amorense,
junto à colectividade que dá nome à rua, há um terreno sem construção que habitualmente é usado pelos diferentes
munícipes para estacionar os seus veiculos automóveis, para acesso a umas garagens ali existentes, para
passear os animais domésticos e ainda como passagem para a rua que existe em
paralelo (a Rua D. Branca Saraiva de Carvalho). Aliás quem lê este blog
facilmente recordará que já tinha falado do local, e das reivindicações da
população para o mesmo.
Tantos e tantas vezes vozes se levantaram que a Câmara Municipal do Seixal acabou por agir e à algum tempo: rebaixou o passeio ao longo do terreno para facilitar o acesso por carro, colocou um piso diferenciado numa pequena faixa imediatamente junto à rua e nivelou o piso pelo restante terreno (embora apenas movendo/depositando areias, naquilo que teria sempre de ser uma solução provisória).
Hoje, dado o facto de na intervenção realizada apenas se ter
colocado areia pela maior parte do terreno, o piso voltou a ter significativas irregularidades,
e não é preciso ter bola de cristal para saber que este degradar do estado do piso, se
não houver intervenção entretanto, só vai piorar.
Ora sendo que:
- o terreno já é usado à muito, e por muitos, como (um mau) parque de estacionamento, sendo que o número de carros que ali costumam estar, evidencia a carência de lugares de estacionamento regulares na zona;
- o terreno já é usado para acesso a garagens ali existentes;
- (como é conhecido e reconhecido com espaços abandonados) o facto de o espaço não ser arranjado e mantido, leva a maior desleixo e aumenta a tendência de que se atire lixo para ali e/ou simplesmente não se recolham os dejectos deixados pelos animais ali levados a passear;
E tendo em conta que:
- (com todo o respeito para entidades colectivas de menor dimensão) a Câmara Municipal do Seixal não é uma pequena “chafarica” – o orçamento anual finalmente aprovado em Setembro para 2019 ultrapassava o 137 milhões de euros!
- apesar de ter passivo, a saúde financeira da Câmara Municipal do Seixal é espelhada no facto de ter vindo a apresentar sucessivos e substanciais superavit’s orçamentais nos últimos anos;
- a Câmara Municipal do Seixal dever ter uma postura de entidade honesta e de bem, ou seja, não deve proporcionar, apoiar ou aproveitar-se de situações de ocupação de espaços privados; e sim, se necessitando, deve tentar chegar ao entendimento e estabelecer cooperações com os proprietários, pois são também eles munícipes;
É entender do PS que o local sairia valorizado, os
residentes na zona sairiam beneficiados, e os visitantes também ganhariam, se a
Câmara chegasse à fala com os proprietários do terreno adquirindo-o (comprando
ou mediante permuta), tratando o espaço e transformando-o num parque de
estacionamento com as condições adequadas.
Nesse mesmo sentido, apresentei pela bancada do PS, na 4ªSessão Ordinária de 2019 da Assembleia Municipal do Seixal, uma moção nesse sentido e que convido o(a)
leitor(a) a consultar:
A moção foi contudo chumbada com:
- Votos a favor: PS, PSD e CDS;
- Votos contra: CDU e BE;
- Abstenção: PAN;
- Abstenção: PAN;
Ora, foi o resultado desta votação que me levou à alusão
inicial...
Sendo curto e grosso:
Sendo curto e grosso:
Será que as pessoas que residem na zona, ou a visitam, não
têm direito a um parque de estacionamento em condições?
E os moradores, não têm direito a ter os espaços vizinhos
arranjados e cuidados, num pequeno esforço pela valorização da zona?
Sem comentários:
Enviar um comentário