Quem passa nas ruas da nossa capital, porventura já se terá
cruzado com os cartazes de um novo partido de direita que se vem colocar à
direita dos actuais CDS e PSD: o CHEGA que tem como figura de maior destaque
André Ventura, antigo militante social-democrata e candidato pelo PSD á Camara
Municipal de Loures em 2017. A nível nacional o agora ex-militante social-democrata
tornou-se conhecido pelas suas posições extremadas e pelo adoptar agora deste
caminho.
Aqui, tenho a dizer que contrariamente a muitas opiniões que
oiço entendo a criação deste movimento como positiva. Não quero ser mal
interpretado, não se trata do meu partido ou um posicionamento no espectro
partidário em que costume votar, tão-somente simplesmente venho assinalar que
este senhor militava –e notoriamente com algum destaque- num dos partidos que
costuma ser partido de governo em Portugal: o PSD.
Novamente sinto necessidade de esclarecer para não ser mal-entendido:
não estou a generalizar, nem a atacar o PSD ou a generalidade dos seus
militantes que aqui acabam por “aparecer na foto” sem qualquer tipo de culpa. Aqui
é também de notar que a nossa historia recente nos revela que no Portugal
democrático há muito mais gente a rever-se naquilo que o PSD defende, do que
nas bandeiras do CHEGA... E aqui a questão é essa: se é fácil distinguir o que
uns e outros defendem, o Sr. André Ventura confundiu-se? É que à direita já
havia um CDS e já havia um PNR.
O que se passa é que quando alguém se quer tornar militante
de um partido politico é lhe dada uma ficha de militância e não um teste; ou
seja, na prática nada impede que alguém se filie no partido “do lado” ou até
“da outra ponta”; e nenhum partido está imune a isso. Se a estas “confusões”
juntarmos a habitual truculência da vida interna dos partidos (sim, é verdade:
“ç'est pas la vie en rose”)… até onde
pode ir um (ou vários) elemento(s) deslocado(s)? Percebe o leitor agora o que digo, e o perigo
de certas “confusões”?
Não se devem cair em exageros, compreendo e até vejo como
saudáveis divergências de opinião entre pessoas intelectualmente honestas, compreendo igualmente
que as pessoas no tempo mudem de opinião e portanto de posição sobre as
matérias (e ás vezes de partidos), e
ninguém quer (ou pelo menos eu), que os militantes sejam meros elementos seguidistas e transformados
em rebanhos de “yes-men”... agora vamos ser claros: o PSD não é o CDS, da mesma
forma que nenhum dos 2 é o PNR ou o CHEGA do Sr. André Ventura. Da mesma forma
o PS não é o BE nem o PCP. As identidades de cada partido são fáceis de
identificar.
Diálogo entre todos: sim é positivo, mas confusões identitárias
NÃO!
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